A quantidade de chuva que caiu nos últimos dias foi insuficiente para inverter a tendência de seca e influenciar o armazenamento das barragens, informou terça-feira o Instituto da Água (Inag).
«Com excepção do Norte do país (Minho), não houve precipitação elevada. Mesmo nos casos onde choveu com mais intensidade, os valores foram próximos da média», sublinhou Rui Rodrigues, responsável pela área de recursos hídricos. Os afluxos para as albufeiras só tiveram um impacto significativo nas barragens servidas pelo rio Cávado, nomeadamente a da Paradela, referiu. Rui Rodrigues acrescentou que é impossível saber ao certo que quantidade de chuva seria necessária para que o volume armazenado nas barragens voltasse ao normal. «Depende do nível de armazenamento que se pretende repor e isso varia consoante as albufeiras», explicou. Nas reservas subterrâneas «também não está a haver reposição. Continuam com tendência decrescente». O grupo responsável pelo sistema de vigilância e alerta da seca deverá reunir-se para preparar e divulgar um novo relatório, com dados actualizados, no dia 1 de Abril. No primeiro relatório, divulgado em Janeiro, previa-se que a excepcionalidade da seca seria de dez anos, mas Rui Rodrigues referiu que os dados sugerem um período ainda mais alargado, «mesmo que em Abril e Maio a precipitação seja acima da média».
Quanto aos terrenos agrícolas, a precipitação de intensidade média foi benéfica para as culturas de sequeiro. «Mas agora começa a época em que entram em funcionamento os grandes perímetros de rega e estes precisam de grandes armazenamentos nas albufeiras. Nem todas vão poder satisfazer estas necessidades, como, por exemplo, o Roxo e o Funcho», afirmou o técnico do Inag. O Instituto de Meteorologia previa para ontem e hoje períodos de céu nublado, mas sem chuva. A partir de amanhã, deverão ocorrer aguaceiros em todo o país.