Os resultados eleitorais não precisam de um desenho para serem compreendidos.
A coligação “Portugal à Frente” ganhou as eleições. O Partido Socialista foi o primeiro vencido na noite eleitoral. António Costa, no seu estilo pilha-galinhas, recusa assumir que perdeu as eleições e recupera uma ideia defendida pelo Partido Comunista Português nas eleições Legislativas de 1976: um governo de Esquerda.
Mas essa ideia, anunciada na noite eleitoral por Gabriela Canavilhas, colheu a simpatia oportunista do Bloco de Esquerda e irónica da CDU. Para estes, o Partido Socialista pertence à família política liberal, logo é um partido de Direita. Quer a CDU quer o BE representam um conjunto de partidos de Esquerda com perfil contestatário.
Para ambos, a globalização não é mais que uma forma de subsidiação da economia portuguesa. Nenhuma destas coligações está interessada em discutir um modelo de competitividade à escala global. Infelizmente, é a única ferramenta que permitirá a Portugal o pagamento da sua dívida.
Depois do assalto no PS a António José Seguro, António Costa chegará a primeiro-ministro às cavalitas de Jerónimo de Sousa e Catarina Martins.
Esta nova coligação, unida na vontade de perturbar os partidos liberais, dinamizará a fragmentação do PS, fundamental à sobrevivência do Bloco de Esquerda.
Empunhando a bandeira da Esquerda, o guerrilheiro Costa fará o que for preciso para se perpetuar no poder.
Por: Frederico Lucas