A Cooperativa para a Educação e Reabilitação de Cidadãos Inadaptados da Guarda (Cercig) celebrou na semana passada o seu 33º aniversário. A data foi assinalada com um magusto que juntou funcionários e utentes, numa festa onde se pretendia romper a rotina do dia-a-dia.
«Foi um momento de felicidade para os nossos utentes», disse o presidente da instituição. José Martins Igreja acredita que a Cercig dá passos certeiros na «procura da excelência». A construção da residência, junto à sede da cooperativa, será um deles e verá a luz do dia já em 2011, conforme estava previsto. «É uma obra fundamental», sublinhou. A unidade residencial representa um investimento de um milhão de euros, sendo que uma parte será comparticipada pelo Estado e outra pela própria cooperativa. Segundo José Martins Igreja, o concurso para a empreitada será lançado ainda durante este ano e prevê-se que a construção possa começar «por altura da Páscoa». O prazo é de dois anos. Para os próximos tempos prevê-se também a «consolidação de todas as valências da Cercig, como a Quinta Pedagógica, o Centro Equestre, o Atelier de Tempos Livres, entre outras», referiu o presidente.
A instituição apoia actualmente cerca de 200 utentes. Muitos encontram aqui uma segunda casa, mas sobretudo um lugar onde se sentem compreendidos. «As pessoas são simpáticas e compreendem-nos bem», explicou Fernando Almeida, um utente, que frequenta a cooperativa desde 2006. O atelier de pintura é uma das suas actividades favoritas: «Faço várias peças que depois dou a pessoas que me interessam», referiu. Já Margarida Costa está na Cercig desde a sua fundação, em 1977, e gosta especialmente de fazer tapetes. O magusto foi também uma forma de quebrar a rotina das várias actividades e formações que os utentes frequentam. Segundo José Martins Igreja, «o magusto é típico na instituição» e é uma actividade de que os utentes sempre gostam. Através deste convívio, é possível «motivar colaboradores, utentes, coordenadores e também a própria direcção», alegou o dirigente.
Por um dia, na passada quarta-feira, actividades e formações deram lugar à dança e ao convívio. Para Eduardo Oliveira, outro utente, o melhor da festa foi toda a gente «estar alegre». Já Flávio Melo destacou o divertimento dos amigos, que «brincaram, comeram, beberam e enfarruscaram-se. Eles estão a gostar e eu também», declarou. Este utente entende que «devia haver mais convívios do género, porque, às vezes, há pessoas que andam mais desanimadas». O presidente da Cercig acredita que este é «um momento de maioridade» para a cooperativa»: «Vamos tentar que os nossos serviços de apoio aos utentes sejam cada vez mais perfeitos e consigamos contribuir mais para o seu bem-estar, porque eles são o nosso incentivo e nosso fim», prometeu José Martins Igreja.
Catarina Pinto 
