«Ao manuscrever a Bíblia lemos com mais atenção e absorvemos melhor as palavras» diz confiante, Maria Emília Andrade, enquanto copia as derradeiras linhas do versículo da Bíblia, no último dia da iniciativa. Durante três fins-de-semana, na Escola Adães Bermudes, na Guarda, foi assim: copiou-se manualmente um ou dois excertos da Bíblia. Apesar da fraca divulgação, «por motivos que nos foram alheios», a adesão acabou por ser «muito satisfatória» e, sem avançar ainda uma contabilização definitiva, «julgo que participaram quase um milhar de copistas», assegura Paulo Neves, da Cáritas Diocesana da Guarda. No entanto, esta foi uma participação «muito circunscrita à cidade», lamenta, garantindo que os objectivos da iniciativa foram alcançados ao pôr as pessoas em contacto com a Bíblia, «independentemente da ideologia política, religiosa ou da nacionalidade». Os textos vão agora ser reunidos e compilados pela Sociedade Bíblica, calculando-se que dará origem a dezenas de milhares de páginas em 10 a 15 volumes a expor na Biblioteca Nacional, em Lisboa. Também lá estarão os nomes das pessoas que copiaram, o respectivo capítulo e a cidade de origem. Mais tarde a Sociedade Bíblica enviará um certificado de participação para selar o acontecimento. Na cerimónia de encerramento, realizada no passado domingo, foram lidos alguns textos bíblicos, intercalados por testemunhos de participantes, e entoadas cânticos religiosos.