Prometeram e cumpriram. Perto de 40 bombeiros de Manteigas deixaram de prestar serviço na corporação no último fim-de-semana em virtude do presidente da direção da associação humanitária não se ter demitido, como exigiam.
Grande parte dos voluntários descontentes já entregaram uma carta a Francisco Tacanho, comandante interino dos Bombeiros de Manteigas, na qual informam que vão «passar para a inatividade, por motivos pessoais e profissionais, alegando que não há condições», explicou Francisco Gomes. O subchefe indica que os elementos em causa pediram a inatividade pelo período de um ano, mas podem regressar ao corpo ativo a qualquer momento, assegurando que «o que nós mais reivindicamos é que o presidente da direção saia». «Se isso acontecer, nós queremos voltar», assegurou o porta-voz do descontentamento, realçando que a corporação conta com cerca de 60 bombeiros, daí que com o abandono de 40, «os elementos que ficam em funções não vão conseguir assegurar o serviço durante 24 horas e o socorro às populações pode ficar comprometido».
Francisco Gomes frisa que «nós temos uma brigada de 15 elementos que faz serviço à Torre e, a partir de agora, o dispositivo, que engloba seis corporações, vai ficar sem a nossa ajuda e também vai ficar em causa». Contudo, António Fonseca, comandante operacional do distrito da Guarda já garantiu que «o socorro não ficará em causa, porque temos meios suficientes para intervir na Serra da Estrela», já que «ainda existem cinco corporações de bombeiros, a GNR (subagrupamento de montanha) e a Força Especial de Bombeiros, que têm veículos, equipamento individual e formação para intervir».
O INTERIOR tentou obter uma reação de Manuel Rabaça Pinheiro, presidente da direção dos Voluntários de Manteigas, mas, apesar das tentativas, tal não foi possível até ao fecho desta edição.
