O moderníssimo e galardoado Centro de Alto Rendimento do Pocinho (Vila Nova de Foz Côa) foi a última paragem da comitiva presidencial neste périplo do “Portugal Próximo”, na passada quarta-feira.
Nas margens do Douro, Marcelo voltou a ser acarinhado pelas centenas de populares presentes e encontrou motivos para afirmar que «o que se está a passar nesta região é muito bom para o país». Isto depois de ouvir Gustavo Duarte, presidente da Câmara fozcoense, dizer que «está no concelho certo para falar da internacionalização da economia portuguesa» graças ao protagonismo internacional do Vale do Côa, da reputação mundial dos vinhos produzidos na região, do rio Douro e das exportações de xisto, sem esquecer o facto de Vila Nova de Foz Côa integrar dois Patrimónios Mundiais (Douro Vinhateiro e Vale do Côa). «Tem sido o presidente dos afetos, também o concelho de Foz Côa e todo o interior precisam de muitos afetos. Isto é, a coesão territorial tem de passar para além das palavras», assumiu o autarca.
Gustavo Duarte defendeu, por isso, que no “Portugal 2020” «o interior tem que ter uma palavra cada vez mais ativa nos fundos comunitários». Um apelo retomado por Marcelo Rebelo de Sousa, que voltou a falar das oportunidades de desenvolvimento proporcionadas pelo novo quadro comunitário. «Com menos desigualdades, com maior coesão territorial, com maior homogeneidade social, nós iríamos ainda mais longe e vamos mais longe», sublinhou o presidente, para quem «haverá sempre uma diferença entre litoral e interior, mas ainda há diferenças intoleráveis». Contudo, o chefe de Estado considerou que é preciso «ultrapassar a visão antiga do interior na nossa cabeça porque o chamado interior está hoje no centro de outras realidades muito importantes, está no centro da Península Ibérica». Nesse sentido, «mudar esta maneira de ver é mudar o fatalismo», acrescentou, dizendo que a abertura do Centro de Alto Rendimento é «a prova de que isto mudou».
Marcelo Rebelo de Sousa sustentou que a região é hoje «muito diferente do que era há 30 anos, mas ainda precisa de uma atenção especial» em termos de apoios específicos de fundos comunitários porque «há desigualdades a ultrapassar e metas de desenvolvimento a atingir». O Centro de Alto Rendimento do Pocinho custou oito milhões euros e entrou em funcionamento no início do ano. Da autoria de Álvaro Fernandes Andrade, o projeto tem dado que falar no mundo da arquitetura ao vencer o primeiro prémio da European Conference of Leading Architects (ECOLA) Award 2015, ser nomeado para o Mies van der Rohe e obter uma menção honrosa no concurso Architizer A+ Awards, os prémios mundiais do design de arquitetura. O complexo possui 86 quartos e pode acolher mais de 180 atletas. A sua construção arrancou em fevereiro de 2011. Marcelo regressa à Beira Interior em outubro para uma nova ronda do “Portugal Próximo”.
Luis Martins 
