A Casa da Cultura da Mêda tem patente até ao final do mês uma exposição sobre a censura do Estado Novo. A mostra “Lápis Azul”, organizada pelo Museu Nacional da Imprensa, é alusiva ao 25 de Abril e pretende mostrar/recordar a falta de liberdade de opinião, expressão e informação que o nosso país viveu até à revolução de 1974. Dezenas de documentos ilustrativos da actuação censória compõem os vários núcleos da exposição, estruturada de forma a contemplar os diversos sectores da actividade informativa e cultural alvo do “lápis azul”, da imprensa à música, passando pela rádio, TV, cinema e teatro. Ao nível da imprensa, existem dezenas de provas de censura que mostram a diversidade e tipologia dos cortes, desde a política ao desporto. No domínio do cinema, podem ser apreciadas ordens dos censores, anúncios retocados e mapas semanais dos Serviços de Exame e Classificação da Inspecção dos Espectáculos. Na literatura são apresentados vários autos de busca e apreensão de livros nas tipografias, editoras, livrarias e fronteiras. No espaço dedicado ao teatro há guiões, ofícios, notificações e cartazes que atestam a acção da censura. Já na música, apresentam-se processos movidos contra cantores e letras de canções proibidas.
