Ressurgiu o crucificado Sócrates. Depois dos dias de reflexão pascal, onde a instabilidade é cada vez maior, onde cada vez menos acreditamos no que ouvimos, no que lemos e até no que vemos, parece que quando o dia passa e escurece tudo muda, e o que ontem era verdade hoje e agora muda para cenários contrários.
Depois de Gaspar ter vindo a acumular um falhanço político e técnico, com erros de previsões quanto à evolução do PIB, do desemprego, do défice público, com uma enorme derrapagem na implementação do programa de ajustamento, marcado por um discurso lento e de enorme insensibilidade social, faz agora cair por terra a tese do rigor e da credibilidade dos números por ele debitados já por todos desacreditados.
Depois da doença crónica de Álvaro Santos Pereira, que teima em não o deixar ver que as suas propostas estão desajustadas da realidade do país.
Surge agora um Sócrates, mais filósofo e crucificado. Em sua defesa só faz acusações, a culpa, afinal, é de números que nunca ninguém conheceu, que nunca se refletiram na nossa economia, algumas boas ideias, certo, mas mal geridas ou mesmo acompanhadas por gente capaz de as implementar em prol do crescimento e, por isso resultam em números de despesismo, em números negativos. Ou será que os números que agora ele fala e apresenta como válidos, sem ter abandonado a sua personalidade arrogante e determinante a enganar quem o ouve, são os verdadeiros, haverá quem acredite? Uma verdadeira narrativa de distorção da realidade para qual contribuíra ainda a parca preparação dos jornalistas, que se deixaram conduzir pela narrativa de histórias que Sócrates tinha escolhido para contar e nestas apenas se culpou por ter assumido um governo minoritário!!!! Era a sede de poder, nasce agora um comentador político que vai auxiliar as audiências de quarta-feira à noite no canal público.
A Guarda continua com os buracos de sempre aos quais se juntam tantos outros novos, explica-se pela chuva certamente. Porém, os buracos políticos não são certamente da responsabilidade da chuva, mas creio que da irresponsabilidade política dos partidos, dos seus dirigentes nacionais, distritais e concelhios, que parecem não querer um lugar melhor para a Guarda.
O PSD é um vai e vem, de 4 em 4 anos cria crises políticas com trapalhadas em que são esquecidas as ideologias e se avivam interesses, quase pessoais, pouco estratégicos e com cenários políticos sem candidato de consenso capaz de desafiar a Guarda ao crescimento, à mudança. Vejamos, é hoje, não é só amanhã… Afinal há uma sondagem…, será para a semana, NÃO!!!! O candidato é um ex-candidato, que já quis e agora também quer ser candidato, mas só é candidato que for anunciado como candidato, mas para isso o outro candidato terá que ser esquecido, achincalhado para depois o outro que leva e trás os candidatos se possa enfim anunciar a si próprio como candidato. É isto, um cenário pouco prestigiante para um partido político que quer ser poder. Pergunto mesmo se o PSD quer mesmo ser Poder, está interessado na Guarda, quer servir a Guarda, quer desafiar as gentes da Guarda à mudança, à estratégia? Afinal, é agora ou Não??? Vejo que todo este constrangimento político está a abortar uma mudança de direção da cidade e do concelho.
Politicamente adversos a uma nova Guarda andam igualmente os políticos do PS, já com candidato que está assombrado por outro legítimo candidato, que não sendo o candidato poderia ainda ser candidato independente, isto é, um candidato apoiado por um partido político. A questão é se haverá algum candidato independente? Apenas e só na nomenclatura, pois mesmo que nenhuma estrutura política o apoie, há sempre outras estruturas políticas que, mesmo contrárias, apoiam a diversidade, claro com interesses de oportunismo ou para arrasar com o seu próprio candidato ou para auxiliar a diversidade de votos e poder alavancar ao poder o seu candidato. Neste cenário os acólitos são exímios apoiantes, sempre em busca do poder através do mais fraco. Mas abandonado este cenário (…..SERÁ???), o candidato do PS tem agora o momento de luta sozinho, pode fazer e apresentar a sua estratégia, apresentar uma ou outra ideia para a Guarda, afinal, ele tem que ter uma estratégia, tem que saber o que quer e fará, para o caso de ser eleito presidente da CMG.
As eleições autárquicas estão assim ausentes de uma liderança atuante capaz de mobilizar o eleitorado e captar novos apoios. Senhores, deixem esta turbulência de interesses pessoais e familiares, a Guarda precisa de se fazer ouvir!
Por: Cláudia Teixeira
* Deputada na Assembleia Municipal da Guarda eleita pelo CDS-PP