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Cavaco Silva inaugurou biblioteca da Mêda

Edifício, construído de raiz junto à Casa Municipal da Cultura, disponibiliza 40 mil livros desde quinta-feira

Depois da Guarda, Cavaco Silva inaugurou, na última quinta-feira, a nova Biblioteca Municipal da Mêda, numa cerimónia que contou com a presença da secretária de Estado da Cultura, Paula Fernanda dos Santos.

Encarado pelo presidente da autarquia, João Mourato, como «um passo decisivo no desenvolvimento sustentado» da Mêda, o novo equipamento foi projectado pelos arquitectos Mário Bernardo e António Fernandez e construído de raiz junto à Casa Municipal da Cultura. Agora, segundo o autarca, «só há a lamentar a falta de pessoas» no município. A desertificação do interior foi, aliás, o tema principal do discurso do Presidente da República, para quem o combate às assimetrias deve ser um «verdadeiro desígnio nacional e uma responsabilidade não só dos agentes políticos, mas de todos». Cavaco Silva referiu mesmo que «Portugal não pode ser tão desequilibrado, porque isso põe em causa a coesão nacional». E para combater este problema, o chefe de Estado defendeu a criação de «boas vias de comunicação» e de «condições para a implementação de empresas», para além do aproveitamento dos produtos locais. «Tudo para que os jovens se consigam fixar aqui», justificou, considerando que a cultura é importante, «mas os jovens têm de encontrar, na Mêda, empregos compatíveis com as suas qualificações».

Na Mêda, Cavaco Silva inaugurou a terceira biblioteca no interior – após a de Vila de Rei e a da Guarda –, facto que o fez elogiar os «poderes públicos, que têm criado condições para que também as Beiras possam ter acesso a infraestruturas culturais de qualidade que, no passado, só se encontravam nas grandes cidades». A Biblioteca da Mêda disponibiliza 40 mil livros. Metade pertence ao espólio da antiga estrutura, sendo que os restantes foram oferecidos, recentemente, por alguns beneméritos. É o caso de Augusto César de Carvalho, antigo presidente da autarquia e ex-Governador Civil da Guarda, que doou 15 mil volumes. A construção deste equipamento resulta de um contrato-programa, assinado em 2004, entre o município e o Instituto Português do Livro e das Bibliotecas (IPLB). Na altura, metade do custo da obra – o investimento total é de um milhão de euros – foi assumido pelo Governo. O edifício fica no Bairro do Barrocal e dispõe ainda de um Centro Local de Aprendizagem da Universidade Aberta.

Rosa Ramos

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