O Presidente da República anunciou, numa declaração ao país na terça-feira, que encarregou o presidente do PSD de «desenvolver diligências com vista a avaliar possibilidades de constituir um Governo que assegure a estabilidade política e a estabilidade do país».
Cavaco Silva revelou ainda que pediu aos partidos políticos representados na Assembleia da República que revelem «abertura para um compromisso que, com sentido de responsabilidade, assegure uma solução governativa consistente, como acontece em todas as democracias europeias». O recado vai direto para o Partido Socialista, na medida em que o Presidente disse expressamente que o Governo a empossar deverá dar «garantias firmes de que respeitará os compromissos internacionais historicamente assumidos pelo Estado Português e as grandes opções estratégicas adotadas pelo país desde a instauração do regime democrático».
O chefe de Estado reafirmou contudo que não se substituirá aos partidos no processo de formação do Governo, até porque a Constituição não o permite. «E eu não o farei», declarou. Depois de ter recordado a execução do memorando, Cavaco Silva lembrou que «Portugal deve seguir uma trajetória sustentável de crescimento da economia e criação de emprego, que permita a eliminação dos sacrifícios que foram exigidos aos portugueses e o combate às situações de pobreza». Para o Presidente, são ainda «tarefas» fundamentais do novo Governo «assegurar a sustentabilidade da dívida pública, o equilíbrio das contas externas, a redução do endividamento para com o estrangeiro e a competitividade da economia». Por isso, para Cavaco Silva, é fundamental que, neste contexto, seja formado um «Governo estável e duradouro», sublinhando que “Portugal necessita, neste momento da nossa história, de um governo com solidez e estabilidade”, afirma o Presidente, para quem “este é o tempo do compromisso».