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Cavaco defende desenvolvimento «justo e para todos»

Candidato à Presidência da República disse em Marialva que não concorre por gostar de honrarias ou ambição pessoal

Cavaco Silva invocou domingo as suas origens humildes para garantir que vai estar «muito atento» à coesão social e territorial do país. «Sabem muito bem que a minha vida não foi fácil, não vim de terra ou de famílias de abundância. Por isso percebo muito bem as gentes da Beira e, se for escolhido para Presidente da República, empenhar-me-ei para que o Estado dispense um esforço especial para garantir a igualdade de oportunidades e um desenvolvimento justo, que aproveite a todos», disse o candidato em Marialva, no final de um mini-périplo por Sernancelhe e Mêda.

Apesar da chuva e do frio, Cavaco Silva teve um autêntico banho de multidão na nóvel cidade do distrito da Guarda, mas foi em Marialva que se sentiu em casa ao participar num magusto. Antes disso, o ex-primeiro-ministro subiu ao palanque improvisado e recordou a sua visita em Junho de 94 para anunciar o programa das Aldeias Históricas: «Penso que frutificou e ainda bem. Marialva é um bom exemplo de como o aproveitamento do património histórico-cultural e a preservação da paisagem podem trazer oportunidades de emprego e de criação de riqueza a uma região», disse, confessando que nunca mais esqueceu a localidade. Recordações à parte, o professor apoiado pelo PSD e CDS-PP partiu para outra e explicou ter-se candidatado «não por gostar de honrarias ou por ambição pessoal», mas porque a situação nacional é «muito difícil». Tanto assim que se corre o risco de, no futuro, «poder continuar a estagnação, o crescimento medíocre e eventualmente o agravamento do desemprego». Um cenário que Cavaco Silva quer ajudar a inverter. «Hoje espera-se que o Presidente da República seja um agente de confiança e de desenvolvimento, empenhado e activo, ao lado do Governo, do Parlamento e dos partidos da oposição», disse.

Garante por isso que não vai perder tempo com «radicalismos, nem a comentar críticas sem o mínimo de sentido e que alguns consideram mesmo injuriosas» por parte dos seus adversários. Da sua parte haverá uma campanha «com dignidade e sem palavras de menos respeito», pois é candidato «por Portugal e não para derrotar este ou aquele, nem tão pouco porque fulano A ou B se candidataram», sublinhou. Cavaco Silva ressalva mesmo que quem concorre à Presidência da República tem que «saber mostrar que é digno de ocupar esse cargo». Já Paulo Romão, mandatário distrital, valorizou o facto da primeira saída oficial do candidato nesta pré-campanha passar pela Mêda e Marialva. «É um sinal de esperança e confiança para o interior», considerou, admitindo que o programa das Aldeias Históricas potenciou «uma consciência colectiva para a importância de todos participarmos na preservação de um património que urge promover». Quem não veio de mãos vazias foi João Mourato. O presidente da Câmara da Mêda entregou a Cavaco uma centena de subscritores da sua candidatura. «Este é o nosso contributo para o futuro Presidente da República», disse.

Luis Martins

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