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Caso da Ressonância Magnética na PJ

Empresa que instalou equipamento já esteve no Hospital da Guarda e terá declinado responsabilidades relativamente ao “desaparecimento” do hélio

A administração da Unidade Local de Saúde (ULS) da Guarda remeteu o caso da Ressonância Magnética, um equipamento que custou um milhão de euros e não funciona após ter sido instalado há dois anos, para a Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) e também para a Polícia Judiciária.

A decisão foi confirmada a O INTERIOR por fonte autorizada do Conselho de Administração, segundo a qual «estas duas entidades foram chamadas a realizar uma inspeção ao sucedido». Isto numa altura em que a inquirição dos funcionários do serviço em causa, bem como dos responsáveis pelos equipamentos, estará concluída. Entretanto, também a Toshiba, empresa que instalou o aparelho, já esteve no hospital a fazer averiguações, nomeadamente para saber como “desapareceu” o hélio indispensável ao funcionamento da Ressonância Magnética, e terá declinado responsabilidades no assunto. O caso foi revelado por O INTERIOR (ver edição de 10 de setembro), que noticiou que o único aparelho de Ressonância Magnética existentes nos três hospitais da Beira Interior (Guarda, Covilhã e Castelo Branco) nunca foi estreado.

O aparelho faz parte do equipamento inicial do novo bloco hospitalar mas a falta de médicos radiologistas na ULS da Guarda foi adiando a sua utilização até que, em agosto passado, quando a administração pretendia pô-lo a funcionar com a chegada de mais uma especialista, se deu pela falta de hélio. Para repor os níveis deste gás utilizado para arrefecer os hímenes das máquinas de IRM (imagem por ressonância magnética) e obter imagens de qualidade, a ULS tem agora de gastar mais de 100 mil euros, um esforço financeiro «com o qual não contávamos e nem temos possibilidade de realizar neste momento», afirmou na altura Carlos Rodrigues, presidente do Conselho de Administração.

A situação motivou a abertura de um processo de averiguações, a cargo do auditor interno, para descobrir o que aconteceu e apurar responsabilidades. «Queremos saber se resulta da incompetência de alguém, se é da responsabilidade da empresa que o instalou ou de problemas do aparelho», acrescentou Carlos Rodrigues. O caso tem ainda mais relevância porque esta é a única Ressonância Magnética existente na Beira Interior para exames complementares de diagnóstico, mas de nada servido aos utentes dos hospitais da região, que têm que fazer estes exames em clínicas privadas.

Luis Martins Utentes dos hospitais da região continuam a fazer exames em clínicas privadas

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