A candidatura liderada por Joaquim Carreira à presidência da Associação Comercial da Guarda (ACG) apresentou, na última terça-feira, um protesto e um pedido de esclarecimentos junto do presidente da Comissão Eleitoral do escrutínio agendado para dia 30. Em causa está uma carta enviada aos associados com os boletins de voto para a eleição por correspondência e um convite para participarem na gala dos 100 anos da ACG, a realizar dia 22.
Em nota enviada à comunicação social, a Lista B indica ter protestado «por escrito» a Manuel Rodrigues, actual presidente da Assembleia Geral e responsável da Comissão Eleitoral, «solicitando adicionalmente esclarecimentos» sobre essa missiva. No protesto, a candidatura quer saber se o advogado sabe da existência da carta, uma vez que a mesma «envolve outros assuntos que não as eleições». De resto, na véspera, durante a apresentação da sua lista, Joaquim Carreira já tinha criticado o “timming” escolhido para a festa do centenário, uma semana antes das eleições: «Parece-me mal, porque é feito um aproveitamento que não será o mais correcto do ponto de vista deontológico e do respeito pela outra candidatura», criticou. O arquitecto está consciente que, caso ganhe as eleições, se vai deparar com uma gestão «quase de tostão», mas não quer que isso «seja impeditivo de levar a bom porto» as suas iniciativas. «Pretendemos ter uma actuação diferente, que não seja de “show off”, mas pragmática e adaptada à realidade do contexto comercial e da área dos serviços do distrito da Guarda», adianta.
Um dos pontos principais do programa de candidatura da Lista B é a consolidação financeira. «É fundamental que haja uma gestão rigorosa», considerou, o que passará inicialmente por uma auditoria da «qual não abdicamos para sabermos o que temos e com o que contamos no futuro», sublinhou. Para o candidato, esta é uma medida «indispensável para avaliar e definir a estratégia para a recuperação financeira» da ACG. Acrescentou, de resto, que a sua lista solicitou um balancete para ter «uma noção geral da situação financeira da Comercial», mas lamenta que esse documento «não retrate a realidade», uma vez que aponta para uma dívida entre os 700 e os 800 mil euros, quando se fala numa dívida de cerca de 350 mil euros. Por outro lado, o aproveitamento «exaustivo» do Quadro de Referência Estratégica Nacional é «fundamental», quer na «recuperação financeira desta casa», quer «no apoio aos sócios, nas suas candidaturas, na modernização dos espaços comerciais», isto sabendo que «é, acima de tudo, um programa de apoio à formação e inovação e não para alcatrão e obras», sublinha.
Para tal, Joaquim Carreira pretende criar uma maior ligação com os associados, que estão «praticamente divorciados da actividade» da ACG, lamenta. Aliás, o candidato diz que o «descontentamento» está bem patente no facto de haver comerciantes na área da restauração que estão associados em Coimbra, «o que não é razoável quando temos uma associação do distrito», considera. «Ainda para mais quando me respondem que é, simplesmente, para estarem informados atempadamente e para terem acesso à legislação», acrescenta. Apelando a uma votação em massa dos associados, pois só assim se sentirá «legitimado de forma correcta e com força», o arquitecto salienta que a sua lista é «multidisciplinar e experiente». Sobre o facto do seu adversário ter sido recentemente anunciado como o gestor urbano de Almeida, Joaquim Carreira não quis fazer grandes comentários: «Não sei os termos, nem o contexto em que foram eleitos os gestores e, portanto, prefiro não me pronunciar para não cometer algum erro», afirmou.
Lista B
Direcção
Presidente: Joaquim Carreira
Vice-presidente: José Borges
Vice-presidente: Joaquim Lopes
Tesoureiro: Nuno Pires
Secretário: Adalberto Pinto de Almeida
Vogais: Sérgio Duarte e Raul Saraiva (filho)
Suplentes: Américo Santos, Maria Cândida Santos, Dina Ferreira e Alfredo Águas
Assembleia-geral:
Presidente: José Luís Crespo de Carvalho
Vice-presidente: José Prata
Vice-presidente: Manuel dos Santos
Secretários: António Peres de Almeida e António Gonçalves
Suplentes: Luís Fernandes, José Figueiredo e Augusto Fernandes
Conselho fiscal:
Presidente: Victor Simões
Relator: António Ferreira
Vogal: José Seco
Suplentes: Carla dos Santos e Mário Fonseca
Ricardo Cordeiro