«Estou tranquilo». Foram estas as palavras de Carlos Pinto após uma pequena reunião com o Primeiro-Ministro, onde manifestou as suas preocupações contra o eventual encerramento da maternidade do Hospital Pêro da Covilhã.
Sem revelar pormenores do que falou com José Sócrates, o presidente da Câmara da Covilhã disse apenas que a sua «tranquilidade» resultava do facto de «ter recolhido do Primeiro-Ministro a ideia de que há, efectivamente, razões muito importantes dos três concelhos a serem ponderadas», disse. Razões que, como presidente de Câmara, «significam uma tranquilidade àquilo que será a decisão a ser comunicada oportunamente». Questionado pelos jornalistas sobre a possibilidade de ficarem as três maternidades existentes na região abertas, Carlos Pinto optou apenas por não tecer mais comentários. «Quero manter alguma reserva desta conversa», acrescentou.
Mas pela tranquilidade que agora Carlos Pinto mantém, ao contrário da revolta que tornou visível nas últimas semanas, tudo leva a crer que o bloco de partos do Hospital Pêro da Covilhã não deverá encerrar. Para manter este serviço no hospital local, Carlos Pinto continua a argumentar com a «importância» da Faculdade de Ciências da Saúde para a Covilhã e para os concelhos envolventes, para além da «qualidade extraordinária de assistência hospitalar» existente na unidade covilhanense. Por isso, considera que a cidade «não deve perder esse standard de qualidade». Argumentos que o autarca covilhanense acredita que irão ser «ponderadas no momento oportuno, dentro daquilo que são as nossas vontades».
Como seria de esperar, o Primeiro-Ministro não avançou também com nenhuma decisão. Aos jornalistas, disse apenas que acreditava num «entendimento» entre os três hospitais (Guarda, Centro Hospitalar da Cova da Beira e Castelo Branco) sobre a «distribuição de valências». «As valências em que um hospital for mais forte, deverão ficar nesse hospital», referiu José Sócrates, alegando a necessidade de se ter serviços de qualidade na região. «Acredito que poderemos chegar a uma boa solução», rematou.
À chegada, José Sócrates foi recebido por uma pequena manifestação, onde se protestava com tarjas e apitos contra o risco de encerramento da maternidade da Covilhã. Nos discursos comemorativos, Bruno Carneiro, presidente da Associação Académica da Universidade da Beira Interior, disse «ser lamentável» que uma cidade como a Covilhã perca a maternidade, enquanto que o reitor pediu para «não retirar» serviços de saúde na região, mas «acrescentar valências, competências, meios humanos e materiais».
Liliana Correia