O presidente da Câmara da Covilhã, Carlos Pinto, reivindicou o reconhecimento do Centro Hospitalar da Cova da Beira (CHCB) como unidade hospitalar central, no último domingo, na sessão solene do 36º aniversário do 25 de Abril, que este ano decorreu na Coutada.
«Exigimos um hospital central na Covilhã», afirmou o autarca, ao lamentar que no «Portugal de 2010 se exija aos cidadãos» que, nalgumas valências, tenham de continuar a recorrer ao Porto, a Coimbra e a Lisboa. «É nesse sentido evolutivo que aponta aquilo que é um trabalho fantástico que tem vindo a ser feito na nossa estrutura hospitalar», acrescentou. Para Carlos Pinto, «não faz sentido» sequer ponderar fechar serviços na Covilhã, até porque o CHCB tem a Faculdade de Ciências da Saúde agregada. Na sessão solene, o edil social-democrata dirigiu várias críticas ao Governo, que acusou de «discriminar o concelho» no apoio a vários projectos com base em critérios partidários. Disse ainda que a Covilhã poderia ter «mais 2.500 empregos e qualificados» caso o executivo liderado por José Sócrates concedesse luz verde à construção da Barragem das Cortes, aprovasse candidaturas apresentadas ao Programa Operacional Temático Valorização do Território (POVT) e reconhecesse o CHCB como hospital central.
«São estas decisões que o Governo tem de tomar e que nós temos direito de exigir, que nem sequer têm incidência directa no Orçamento de Estado (OE)», justificou. O discurso do autarca não agradou aos vereadores socialistas na Câmara. João Correia chamou Carlos Pinto de «ingrato» e considerou que tem «falta de memória», por se «esquecer frequentemente que o concelho deve muito a governos do PS», nomeadamente as «muitas obras» Polis. «Faz-me lembrar uma noiva que esteve no casamento, divorciou-se e agora não quer aparecer na fotografia», ironizou o socialista.
