A seis dias das eleições para a Distrital da Guarda do PSD, o candidato Carlos Peixoto pôs os trunfos na mesa durante uma conferência de imprensa que foi também uma demonstração de força. Na última segunda-feira, o adversário de Rui Ventura encheu de apoiantes a sala de conferências de um hotel da cidade.
«Se quisermos contar “espingardas”, esta candidatura vai à frente», constatou o deputado na Assembleia da República no final da sessão depois de elencar os seus apoios. «Estão comigo as concelhias de Gouveia, Fornos de Algodres, Aguiar da Beira, Vila Nova de Foz Foz Côa, Celorico da Beira, Sabugal, Guarda e Trancoso. Só não conto com as secções de Almeida, Manteigas e Pinhel, enquanto Seia e Mêda têm elementos nas duas candidaturas e não apoiam ninguém», referiu Carlos Peixoto, que também tem do seu lado os autarcas da Guarda, Gouveia, Sabugal e Vila Nova de Foz Côa e os ex-presidentes Júlio Sarmento, líder cessante da Distrital, José Miranda (Fornos) e Fernando Andrade (Aguiar da Beira). «O meu adversário só conta com José Manuel Biscaia [Manteigas]», adiantou, esclarecendo, contudo, que «é o empenho das pessoas que ganha eleições e não o apoio deste ou daquele militante».
A coesão territorial, a demografia e as acessibilidades são as bases do programa político de Carlos Peixoto, que se diz «muito preocupado» com o declínio populacional do distrito, pelo que defende a agilização do horário de trabalho de grávidas e mães de filhos pequenos. O candidato considera ainda que as famílias numerosas «devem pagar menos IMI e IRS e beneficiar de taxas reduzidas no acesso à saúde e educação». O também vice-presidente cessante da Distrital reclama igualmente a redução de vagas nas universidades e politécnicos do litoral em cursos que já existam no interior, assim como a deslocalização de serviços públicos. «Estas são lutas que o PSD e a Distrital da Guarda têm de travar», afirmou, dizendo-se «muito desiludido» por os IC6 e 7 terem sido excluídos da lista das obras prioritárias. «Devemos dizer ao Governo que estas estradas são estruturantes para as empresas “gazela” da corda da Serra da Estrela», considerou.
Carlos Peixoto disse concorrer a estas eleições porque, «enquanto deputado e líder distrital, terei uma voz muito mais atuante no Parlamento e respeitada nas cúpulas do partido e no Governo». De resto, refutou a ideia de se candidatar para assegurar o lugar de deputado nas legislativas de 2015. «Não tenho objetivos que outros têm com estas eleições», acrescentou, dizendo que Rui Ventura é «um bom ativo do partido», mas deve «neste momento dedicar-se à Câmara de Pinhel». O líder da concelhia da Guarda Jorge Libânio e o presidente cessante da Assembleia Distrital Fernando Andrade são candidatos a vice-presidentes, já Carlos Condesso, que há dois anos apoiou Rui Ventura e é atualmente chefe de gabinete de Álvaro Amaro na Câmara da Guarda, concorre a secretário distrital. Pedro Nobre (tesoureiro), Peres de Almeida (auditoria financeira), António José Oliveira (Conselho de Jurisdição) e o edil do Sabugal António Robalo (Assembleia Distrital) são os restantes candidatos de Carlos Peixoto, cujo mandatário é Gustavo Duarte, autarca de Vila Nova de Foz Côa. Nas eleições sábado, entre as 17 e 21 horas, podem votar cerca de 2.500 militantes.
Luis Martins