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Capeias raianas “apresentadas” a todo o país

“Hó Forcão Rapazes” esteve presente em Santarém na segunda Feira Nacional do Toiro

“Hó Forcão Rapazes” foi o nome escolhido para o “stand” que deu a conhecer as capeias raianas e a tradição do forcão a todo o país, no âmbito da segunda Feira Nacional do Toiro, que decorreu em Santarém no último fim-de-semana. O certame atraiu milhares de visitantes e cerca de duas centenas de expositores oriundos de Portugal e Espanha, entre os quais o “stand” vindo do concelho do Sabugal. Atrair mais turistas para o município raiano foi um dos objectivos da participação neste evento.

José Basílio, mais conhecido por “Zé Nói”, empresário e aficionado de touros dos Forcalhos, foi o grande impulsionador desta presença na segunda Feira Nacional do Toiro com um espaço onde esteve bem visível o calendário das capeias do próximo Verão, com início agendado para 6 de Agosto na Lageosa da Raia e término a 25 do mesmo mês em Aldeia Velha. Para “Zé Nói”, esta presença em Santarém justifica-se para dar a conhecer a pessoas de todo o país «uma coisa diferente e única no mundo», o forcão e, em especial, o habitual concurso em que participam anualmente as equipas das várias aldeias na praça de touros de Aldeia da Ponte. Reconhecendo a importância do apoio concedido pela Câmara do Sabugal e pelas dez Juntas de Freguesia que realizam capeias, “Zé Nói” salienta também o papel que o forcão assume nestas aldeias raianas. «Precisamos divulgar o nosso concelho, que é uma “miniatura” apesar de ser um dos maiores do país. Temos os imigrantes que vêm para ver a tourada da sua terra natal e também das aldeias vizinhas, mas se não fosse o nosso forcão já estávamos “mortos”», diz.

Neste sentido, esta participação na Feira Nacional do Toiro foi «importante» para divulgar aquele acontecimento, uma vez que o concelho «precisa de turistas», isto apesar das capeias registarem «sempre casa cheia», preenchida quase na sua exclusividade com público da região, indica Zé Nói, que se mostrou «muito orgulhoso» pelo facto de muita gente ter passado pelo “Hó Forcão Rapazes”. Manuel Rito, vice-presidente da Câmara do Sabugal, salientou, por seu turno, a necessidade das 10 freguesias que mantêm viva a tradição do forcão «se unirem empresarialmente para vender o produto», desafia. «Têm que fazer o “merchandising” do produto e eventualmente registá-lo», acrescenta, porque a capeia é única no mundo, daí que tenha que se estruturar «noutros moldes», pois os actuais «esgotam-se na boa vontade do “Zé Nói” e de mais alguns», assegura. Quanto à possibilidade de se criar uma “rota” turística com o calendário das capeias para atrair visitantes ao concelho, o vice-presidente recorda que em Agosto o concelho «não tem falta nem de gente, nem de espectadores para a capeia. Mas essa opção será eventualmente necessária noutras datas e com outras perspectivas para vender este produto de maneira diferente e assim captar mais pessoas», sublinha. Manuel Rito destaca, no entanto, que o concelho «não é só o forcão», embora esta tradição seja «importante» em termos turísticos.

Entre os milhares de visitantes que passaram pela capital ribatejana, muitos não resistiram a dar uma “olhadela” no stand do “Hó Forcão Rapazes” e, principalmente, ao vídeo da exibição do forcão feita na praça de touros da feira, com capacidade para dois mil espectadores. A segunda Feira Nacional do Toiro, cujo grande objectivo passa por divulgar as múltiplas manifestações culturais e artísticas que se escondem por detrás das corridas, foi a maior concentração ibérica de criadores de toiros e cavalos, mais de 60, alguma vez conseguida na península. Vários nomes consagrados do mundo taurino ibérico e do mundo equestre nacional passaram pelo Centro Nacional de Exposições e Mercados Agrícolas de Santarém (CNEMA). Para além das “conversas taurinas”, também as tradicionais “tasquinhas” com a gastronomia portuguesa e espanhola marcaram presença, assim como exposições de pintura, escultura e fotografia.

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