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Campo da Batalha de São Marcos é Monumento Nacional

À terceira tentativa o Governo aprovou o decreto que classifica o planalto onde os portugueses deixaram os castelhanos “a pão e laranjas” em 1385

À espera de classificação desde 2004, o Campo da Batalha de São Marcos, em Trancoso, é finalmente Monumento Nacional após o respetivo decreto ter sido aprovado no Conselho de Ministros da passada quinta-feira.

Para Júlio Sarmento, autarca local, trata-se de «uma excelente notícia para quem defende o património cultural com atos e não com palavras». O local onde os portugueses derrotaram os castelhanos, na também conhecida como Batalha de Trancoso, situa-se nas freguesias de São Pedro e Torres. O sítio é de grande importância histórica já que ali ocorreu uma das grandes batalhas pela independência de Portugal do reino de Castela. Travada a 29 de maio de 1385, esta peleja é encarada como o prenúncio da decisiva Batalha de Aljubarrota, de 14 de agosto do mesmo ano, que consolidou a autonomia do país, entregando definitivamente a Coroa Portuguesa ao Mestre de Avis, D. João I. Segundo reza a lenda, a contenda deixou os castelhanos “a pão e laranjas” e ainda hoje esses produtos são distribuídos às crianças das escolas locais no Dia da Cidade. A classificação acontece à terceira tentativa, apesar da declaração como Monumento Nacional estar para homologação desde 2004. Só não aconteceu antes porque os despachos favoráveis da então ministra da Cultura Maria João Burstorff e da sua sucessora Isabel Pires de Lima nunca foram publicados em “Diário da República”.

Recorde-se que a autarquia tem prevista a construção de um centro de interpretação, no antigo Palácio Ducal, na cidade, onde será disponibilizada, de forma pedagógica, informação sobre a batalha, a História de Portugal e expostos os achados descobertos no campo, nomeadamente na vala comum onde foram enterrados os 400 cavaleiros castelhanos mortos na luta. Nesse âmbito, o Campo da Batalha de S. Marcos vai integrar uma rede nacional de locais históricos evocativos das Guerras da Independência (1383-85), juntamente com Atoleiros e Aljubarrota. O projeto contempla prospeções arqueológicas, a requalificação paisagística do local, percursos pedonais para o centro histórico e o castelo de Trancoso, bem como a reconstituição da batalha uma vez por ano. O desenvolvimento destas ações está dependente da disponibilização de verbas no âmbito do QREN.

Capela erguida no local recorda vitória histórica dos portugueses

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