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Câmara e comerciantes acertam cargas e descargas

Novo horário para o centro histórico da Guarda ainda não entrou em vigor, já que só ontem à noite as partes reuniram

A entrada em vigor do novo horário para cargas e descargas no centro histórico da Guarda foi adiada porque a autarquia só conseguiu reunir com os representantes dos comerciantes na última segunda-feira, dia previsto para a sua implementação. O assunto parece consensual, no entanto, a sua concretização só acontecerá após uma nova reunião, agendada para ontem à noite para definir os períodos em causa.

«A Câmara não quer impôr horários, mas sim acordar com os comerciantes os tempos de cargas e descargas mais úteis às suas actividades», adianta José Borges, para quem «a bagunça de todos os dias não pode continuar, tem que haver regras». Contudo, o presidente do Condomínio Comercial da Zona Histórica da Guarda avisa que as restrições só serão eficientes «se houver pilares retractáveis ou outras barreiras físicas que impeçam a passagem aleatória dos veículos, porque há muito comodismo e manha». Na reunião da noite passada, os comerciantes terão proposto que esta actividade possa efectuar-se das 9h30 às 10h30 e das 15 às 16 horas. «Achamos que esse horário é o que melhor servirá todos os comerciantes», acresenta o dirigente. Este é o primeiro passo para acabar com a circulação automóvel e o estacionamento no centro histórico. De acordo com o Regulamento Geral de Trânsito, só os residentes com garagens ou espaços próprios poderão entrar nessa zona, sendo a restante circulação estritamente restringida ao essencial. Mas o fecho de acessos e ruas ao trânsito só avançará de forma gradual e depois de concluídas as obras em curso na parte antiga da cidade.

Do que não abdicam os comerciantes é da circulação na Rua Francisco de Passos, também conhecida por Rua Direita: «Depois de fechado o trânsito na Rua do Comércio, fazer o mesmo ali seria aniquilar ainda mais esta zona comercial. Somos apoiantes incondicionais destas medidas, mas entendemos que são necessárias mais vias abertas para criar alguma mobilidade», defende José Borges. Mais, o dirigente entende que não manter a circulação naquela rua é «dividir a cidade ao meio» e exemplifica: «Se ela estiver fechada, um automobilista que chega ao cimo da Rua 31 de Janeiro e quiser seguir para a Misericórda só tem uma alternativa, que é ir à entrada do hospital, e passar pelo jardim José de Lemos. Se estiver aberta, será mais rápido chegar ao Torreão e vir pela Av. dos Bombeiros até à Misericórdia», garante. Opinião contrária tem a autarquia. A vereadora Lurdes Saavedra é a favor do fecho ao trânsito daquela artéria com o argumento de que «o que assusta os comerciantes é a perda de movimento, mas se não houver carros, há movimento pedonal e o que interessa é levar mais gente para o centro histórico».

Luis Martins

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