O presidente da Câmara de Almeida está satisfeito com o projecto de ligação do IP5 (A25) em Vilar Formoso à espanhola A62 – Autovia de Castilla, cujo estudo de impacte ambiental está em consulta pública até 4 de Março. No entanto, garante que não vai desistir de um acesso à vila fronteiriça, sob pena dos estabelecimentos comerciais locais virem a ser ainda mais prejudicados.
Baptista Ribeiro frisa que o projecto em consulta pública «foi de encontro ao que pretendíamos», tendo as ideias e sugestões apresentadas pelo município sido «acatadas». O autarca recorda que o primeiro «não nos satisfazia minimamente», pois, entre outros motivos, «contemplava a construção de um aterro que vinha até à parede do cemitério de Vilar Formoso». O autarca considera que o nó na zona de fronteira «era o mais difícil e o mais importante», o que «já foi conseguido», regozija-se, perspectivando «outra batalha a travar» nos próximos tempos: «A única coisa que está pendente é a ligação a Vilar Formoso. Vou continuar a fazer pressão. Toda a população da se deve mobilizar, porque é uma questão de interessa nacional. É a principal fronteira terrestre do país e uma vila comercial que vai ser ainda mais prejudicada se não tiver essa ligação», alerta.
E assegura mesmo que se o Governo não assumir, vai deixar de fazer outras obras, «mas eu vou fazer essa obra», indicando que já solicitou uma audiência ao novo ministro das Obras Públicas para apresentar as reivindicações já feitas anteriormente. «Estamos a falar de 1.200 metros [a Norte da actual fronteira]. Vai ter custos acrescidos a nível de expropriações, mas não estamos a falar de valores exorbitantes», garante. Sobre o arranque das obras, o edil considera que «depende muito» de como o processo correr em Espanha, onde o concurso foi aberto e anulado porque «a empresa que ganhou entrou em processo de falência». Por isso, Baptista Ribeiro estima que a ligação não estará concluída «antes de dois ou três anos». Por seu turno, o presidente da Junta de Vilar Formoso mostra-se satisfeito com a posição do município em não abdicar desta ligação: «É importante e todas as melhorias nos acessos são bem vindas. Só temos que aplaudir essa intenção da Câmara», realça Domingos Cerqueira.
De acordo com o resumo não técnico do projecto, disponível em www.apambiente.pt, o projecto do IP5 entre Vilar Formoso e a fronteira com Espanha tem como objectivo principal a «finalização, em território português, do IP5, dando ao troço final características compatíveis com a sua importância enquanto acesso privilegiado a Espanha e ligação fundamental à Europa, numa perspectiva de potenciação, quer das trocas comerciais de bens e serviços, quer de pessoas». Do mesmo modo, o projecto, a cargo da Estradas de Portugal, «vai possibilitar também a retirada do tráfego da zona urbana de Vilar Formoso, em particular da zona aduaneira, ligando o actual IP5 à sua contraparte espanhola, a A62». O projecto em estudo inicia-se ao quilómetro 31,5 do troço Guarda/Vilar Formoso do IP5, dando continuidade ao lanço anterior do IP5 e termina na fronteira com Espanha, onde se liga com a A-62, num total de cerca de 3,5 quilómetros. Já o nó de Vilar Formoso tem uma configuração “em diamante”, com duas rotundas, e possibilita a articulação do IP5 com a EN322, garantindo a ligação a Vilar Formoso e a Almeida através dessa via.
Ricardo Cordeiro 
