O press release enviado pela Guarda Digital a divulgar a vinda de Passos Coelho à Guarda, durante a campanha das últimas legislativas, está na origem da demissão da Câmara da Guarda da presidência da Agência de Desenvolvimento para a Sociedade da Informação e do Conhecimento (ADSI).
Esta foi a solução encontrada por Joaquim Valente para manifestar o seu descontentamento por aquela entidade, formada pelas autarquias do distrito, IPG, NERGA e outras instituições da região, ter sido utilizada para aquilo que os socialistas consideraram na altura «propaganda política». Tudo aconteceu em maio, poucos dias antes do comício de Pedro Passos Coelho na cidade. De imediato, vários dirigentes do PS, concelhios e federativos, foram pedir satisfações ao autarca por este presidir à direção daquela ADSI. O INTERIOR sabe que Joaquim Valente foi pressionado a tomar medidas, mas em vez de propor a demissão do responsável da Guarda Digital – Sérgio Duarte, que é militante do PSD, o edil optou por abandonar a direção da associação.
A decisão unilateral foi comunicada na última reunião do Conselho de Direção, realizado em setembro, cujos restantes elementos aceitaram a justificação apresentada e manifestaram-se solidários com Valente. Contudo, os representantes do Instituto Politécnico, do NERGA, da Câmara de Figueira de Castelo Rodrigo e da ADM Estrela continuam em funções, assim como a Câmara da Guarda até à eleição da nova direção. Contactado por O INTERIOR, Sérgio Duarte refutou a acusação de propaganda política, sublinhando ter-se tratado de «uma prestação de serviços, faturada e paga». Por sua vez, Joaquim Valente não se mostrou disponível para comentar o assunto.
