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Câmara da Guarda à espera de 1,7 milhões do Hotel Turismo

Turismo de Portugal comprometeu-se a pagar última verba do negócio na terça-feira, mas dinheiro não chegou

A Câmara da Guarda ainda não tinha recebido, anteontem, os 1,7 milhões de euros correspondentes à última tranche da compra do Hotel Turismo pelo Turismo de Portugal, conforme tinha ficado acordado no contrato de compra e venda do edifício, assinado em maio passado.

Solicitada por O INTERIOR sobre este contratempo, a autarquia remeteu explicações para o Turismo de Portugal, que, por sua vez, não respondeu em tempo útil invocando a indisponibilidade dos seus dirigentes por causa da organização da Bolsa de Turismo de Lisboa, que abriu ontem. Contudo, fonte autorizada da autarquia admitia que «o dia 28 termina à meia-noite», deixando transparecer alguma expetativa de que o pagamento fosse efetuado ainda na data estabelecida. A não concretização deste pagamento no prazo definido – 28 de fevereiro – é um duro golpe na tesouraria do município, cujos fornecedores têm vindo a ser “tranquilizados” com a promessa de que esta verba iria servir para liquidar algumas faturas. Na última reunião do executivo, realizada na segunda-feira, o vice-presidente Vergílio Bento escusou-se a encarar este cenário de incumprimento por parte do Turismo de Portugal, sublinhando apenas que «o contrato foi assinado entre duas instituições de bem e que estão obrigadas a respeitar os seus compromissos».

Recorde-se que aquele instituto adquiriu o Hotel Turismo por 3,5 milhões de euros para ali criar uma escola de hotelaria, num investimento de 10 milhões de euros. No entanto, a mudança da administração do Turismo de Portugal e a apertada contenção orçamental a que todos os organismos públicos estão agora obrigados pode ter alterado os planos iniciais. De resto, em janeiro deste ano, Joaquim Valente admitiu não saber ainda quando vão arrancar as obras e se os projetos de arquitetura estão prontos para abrir o concurso para a empreitada. «Vou ter uma reunião com a nova administração do Turismo de Portugal para fazermos o ponto da situação e o andamento dos projetos», declarou na altura o autarca. Isto numa altura em que a Polícia Judiciária está a investigar a venda do Hotel Turismo da Guarda, tendo já ouvido várias pessoas ligadas ao negócio e outros intervenientes, conforme noticiou O INTERIOR no primeiro mês do ano. As inquirições prosseguem e têm como objetivo deslindar a aquisição pelo Instituto de Turismo de Portugal, que pagou 3,5 milhões de euros, menos 500 mil euros que um grupo de empresários da cidade tinha proposto ao presidente da Câmara.

Luis Martins Hotel foi vendido por 3,5 milhões em maio do ano passado

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