A Câmara da Covilhã aprovou por maioria, na reunião do executivo da última sexta-feita, as contas de gerência de 2009, que apontam para uma dívida na ordem dos 95 milhões de euros, tendo os documentos merecido os votos contra do PS.
Em 2008, a dívida era de 87 milhões de euros, aumentando no ano passado 8,1 por cento. «A Câmara da Covilhã atingiu em 2009 a dívida mais elevada de sempre», constatou o vereador Vítor Pereira, para quem o Relatório de Actividades e Conta de Gerência demonstram os «sintomas da grave doença financeira de que padece» a autarquia. De acordo com o PS, 64 milhões de euros da dívida diz respeito a instituições financeiras, mais três milhões que no ano anterior, enquanto que 14,6 milhões a fornecedores, significando uma subida de 2,6 milhões. Vítor Pereira criticou a «substancial diminuição das receitas» face a 2008, de 10 milhões de euros, bem como «a receita executada em 2009, que foi de 38,87 por cento». O socialista fez ainda referência à despesa com pessoal face às despesas totais, que aumentou «exponencialmente», tendo «passado de 14,05 por cento em 2008 para 21,28 por cento em 2009, quando é certo que em 2007 era de de 8,92 por cento». Segundo as contas da oposição, a taxa de execução das Grandes Opções do Plano foi de apenas 19,18 por cento, assumindo-se como «uma das mais baixas dos últimos anos». Ou seja, referiu Vítor Pereira, «foram executados 15, 5 milhões de euros quando se propunha executar 81 milhões». Para o vereador, «governar desta forma o município é governar mal, é gerir o presente, o ciclo político eleitoral, sem preocupações com o futuro». O presidente da Câmara da Covilhã, Carlos Pinto, remeteu para a Assembleia Municipal qualquer comentário sobre as contas de 2009.