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Burros ajudam a descobrir o Alto Côa

Empresa de animação turística de Figueira de Castelo Rodrigo iniciou em Abril programa de passeios de asininos

Passear de burro pode ser uma oportunidade única, tendo em conta que é um animal em vias de extinção. Por isso a Impactus, uma empresa de animação turística, com o apoio da Associação para o Estudo e Protecção de Gado Asinino, decidiu promover passeios diários de burro de raça mirandesa em Figueira Castelo Rodrigo.

A empresa de animação turística está a realizar desde o dia 1 de Abril uma série de actividades de lazer e animação turística à descoberta da região do Douro e Alto Côa, mas passear de burro pela região é certamente das iniciativas mais invulgares dessa oferta.

Os passeios estão disponíveis diariamente, das 9 às 17 horas, em Figueira Castelo Rodrigo, mas sujeitos a marcação prévia. A ideia de colocar os passeios de burro «no mercado» surgiu do facto destes animais estarem «em vias de extinção», como explica Hugo Santos, responsável da Impactus. Actualmente existem cerca de mil exemplares desta espécie a nível nacional, sendo que a empresa dispõe de oito fêmeas para o passeio, «uma vez que são mais dóceis», assegura. Como os burros sempre foram considerados os parentes pobres dos equídeos e das raças autóctones em Portugal, Hugo Santos considera «urgente dar mais apoio à preservação de um animal dócil e trato fácil». Existem mais valências inerentes ao burro, o qual é também utilizado como elemento de tracção, numa agricultura praticamente de subsistência e onde os produtos agrícolas, perante os índices baixos de poluição, são ainda apreciados pela sua qualidade. Perante tantas potencialidades, o animal, que é considerado um «todo-o-terreno das gentes das arribas do Douro» por causa das suas características morfológicas, é agora aproveitado em Figueira como um meio de passear pelas agrestes encostas do Côa e do Douro.

Os percursos estão previamente definidos e variam em conformidade com as horas ou os dias. Assim existem pacotes com ofertas distintas, que podem ir de uma hora até dois dias, este último inclui acampamento. Mas o objectivo é o mesmo, consiste em dar a conhecer Figueira, a história, o património, mas aliado à natureza da região duriense, designadamente a sua envolvência natural, como por exemplo, a observação de aves, algumas das quais estão em vias de extinção na Europa. Apesar da iniciativa só agora ter sido divulgada, a Impactus tem vindo a experimentar os passeios de burro «para conhecer a receptividade das pessoas e o comportamento dos animais», adianta Hugo Santos. Depois de uma análise de mercado, os responsáveis da empresa de animação concluíram que «os adultos gostavam» enquanto «as crianças adoravam». Restou apenas alinhar o cardápio, é que passear de um burro pode custar entre 10 a 50 euros, não incluindo o alojamento.

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