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Bruxelas dá mais de 800 mil a desempregados dos têxteis

Três fábricas de confecções de Caria, Covilhã e Fundão em dificuldades para pagar salários

O Parlamento Europeu deu luz verde, na passada terça-feira, à proposta de Bruxelas de atribuir 832.800 euros do Fundo Europeu de Ajustamento à Globalização para auxiliar trabalhadores despedidos da indústria têxtil do Norte e Centro de Portugal.

O pedido desta verba foi feito por Portugal à Comissão Europeia em Janeiro último e diz respeito a 1.588 despedimentos registados, entre Fevereiro e Novembro do ano passado, em 49 empresas do sector têxtil no Norte e Centro do país, divulgou a agência Lusa. No entanto, a notícia surge numa altura em que se agudizam os problemas em três empresas de Caria (Belmonte), Canhoso (Covilhã) e Fundão. O Sindicato Têxtil da Beira Baixa (STBB) anunciou, na semana passada, que uma centena de trabalhadoras entraram em greve na fábrica de confecções Proudmoments (Fundão) até que a administração apresente um plano de pagamento de salários em atraso. «A preocupação fundamental é arranjar uma plataforma de entendimento para que [se chegue] ao fim da greve e continue a laboração. Acredito que na base de um plano de pagamentos realista e verdadeiro, as trabalhadoras vão continuar a colaborar como até aqui», sublinhou Luís Garra, presidente do sindicato.

Na passada quarta-feira, as operárias concentraram-se à porta da empresa, na zona industrial do Fundão, e iniciaram uma greve por tempo indeterminado, exigindo o pagamento de salários em atraso. Segundo Isabel Simão, representante sindical na fábrica, «desde Janeiro que os salários estão a ser pagos de forma repartida. Neste momento estão em atraso o salário de Agosto e parte do subsídio de férias». Na véspera, um grupo de trabalhadoras questionou a administração sobre a situação e um dos sócios terá informado que «não há dinheiro para pagar», referiu Isabel Simão. As confecções Proudmoments chamavam-se Massito até à insolvência desta em 2008, passando na altura para a posse da actual administração, que lhes deu uma nova designação. A empresa produz calças e casacos para marcas de clientes. Noutro ponto da região, Luís Garra revelou que na Carveste as funcionárias também chegaram a parar na manhã do passado dia 9, mas retomaram a laboração.

Em causa está igualmente o pagamento do salário de Agosto e parte do subsídio de férias, sendo que a administração assumiu um plano de pagamentos acordado com as mais de 200 trabalhadoras. Já na última terça-feira, o sindicato apelou à intervenção do Governo e da Câmara da Covilhã para evitar o encerramento da empresa de confecções Avri, no parque industrial do Canhoso. Segundo um comunicado do STBB, as 100 operárias estão num período de “lay-off” que vem sendo repartido desde Julho e que se julgava necessário «para encontrar uma solução de continuidade na empresa através de encomendas ou entrada de um novo investidor».

O pedido da verba foi feito à Comissão Europeia em Janeiro último

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