Arquivo

Brincar e aprender em S. Miguel

Actividade foi integrada na evocação do Dia Mundial da Criança e do Ambiente

«Adorei! Brinquei até não poder mais», conta, envergonhado, o Ricardo, de 8 anos, que frequenta a 2ª classe na Escola Básica da Sequeira. «Andei de trotinete, fiz desenhos, saltei nos insufláveis, brinquei nos matraquilhos humanos e outras coisas», elenca o petiz de cara pintada e exausto de tanta brincadeira. Também a Daniela e a Sandra, ambas na 4ª classe, fartaram-se de brincar, fizeram tantas coisas que «até perdemos a conta», dizem em coro. A opinião é unânime: «Foi um dia diferente». Tanto que «por eles, ficávamos aqui o dia todo», garante o professor, para quem esta é uma iniciativa «muito interessante, não só pelo convívio, como pelas coisas novas que aprendem».

Pela terceira vez consecutiva, a Junta de Freguesia de S. Miguel da Guarda promoveu uma festa dedicada única e exclusivamente às crianças da freguesia. Este ano não foi excepção. A actividade integrou a evocação do Dia Mundial da Criança e do Ambiente, daí chamar-se a “Festa do jogo e da Educação Ambiental”. Na última quinta-feira, o Largo da Igreja e o espaço frente à sede da Junta encheu-se do burburinho e do rebuliço de 500 crianças. Na festa participaram alunos, professores e auxiliares das instituições de ensino pré-escolar e do 1º ciclo da freguesia de S. Miguel, num total de 650 participantes. No programa estavam vários jogos, a construção e manipulação de materiais, entre outras acções alusivas ao tema. «Ali, encontraram actividades lúdicas de pura diversão e também actividades formativas», conta João Prata, presidente da Junta de Freguesia. Todas as crianças foram sensibilizadas para a reciclagem. «Com alguns resíduos que, por vezes, deitam para o lixo, as crianças construíram jogos de perícia, manipulações e outras construções», refere o edil. Desta forma, os mais pequenos puderam constatar que se podem fazer coisas interessantes através de resíduos ou restos.

“Um olhar musical” foi o nome do atelier onde se construíam instrumentos musicais, como a trompete, que os miúdos levaram depois para casa. Tal como um pequeno vaso com plantas da Quinta da Maúnça. Do outro lado da “barricada” estava Hermínia Gonçalves, uma artesã da freguesia que faz objectos de decoração aproveitando resíduos. Com ela, as crianças aprenderam a fazer casas, bonecas ou animais, «a partir de listas telefónicas ou embalagens de bolachas», exemplifica Hermínia Gonçalves. «Até surgiram convites para ir às escolas ensinar esta arte», congratula-se. Através desta iniciativa multidisciplinar pretende-se mostrar às crianças o que aprendem nos livros escolares, ou seja, «é uma forma de colocar em prática a teoria das aulas», explica João Prata. Depois das manobras acrobáticas com bicicletas, que deliciaram os mais pequenos, ainda houve tempo para um simulacro. O que deixou as crianças um pouco confusas. Enquanto umas diziam que era tudo a brincar, outras desconfiavam que era a sério. Mas tudo não passou de uma brincadeira.

Patrícia Correia

Sobre o autor

Leave a Reply