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Boidobra exige que Scutvias repare caminho rural

Concessionária da A23 recusa-se a recuperar caminho, alegando que «não o utilizou»

A freguesia da Boidobra, na Covilhã, prepara-se para travar uma nova batalha com a Scutvias, empresa concessionária da A23. Depois de ter perdido o acesso directo à Covilhã a partir das Quintas do Prazo, da Moreirinha e Branca através de uma rotunda ou semi-nó, como estava estipulado numa primeira fase do projecto, a Junta de Freguesia pretende agora que a concessionária repare o caminho agrícola que dá acesso a estas quintas a partir da estrada municipal 506. Esta é, para José Pinto, autarca da Boidobra, «o mínimo» que a Scutvias poderá fazer para minorar os «prejuízos» de proprietários que viram os seus terrenos divididos por causa da auto-estrada sem beneficiarem de qualquer usufruto.

Segundo José Pinto, a Scutvias teve que «mexer em alguns troços», o que levou à degradação do caminho rural, o único que faz a ligação daquela zona da localidade até à sede do concelho. A substituição da construção de uma rotunda para um semi-nó de entrada e saída para a auto-estrada motivou alguma contestação dos proprietários das quintas em causa há uns meses atrás. Além de não acautelarem os seus interesses, acusavam ainda que o projecto estava a destruir algumas minas e furos de água de nascente. Situação que levou o Ministério do Ambiente a pedir à concessionária a reavaliação do projecto, o que fez com que a Scutvias «eliminasse» o semi-nó e optasse por uma «ligação directa» à A23, explica Matos Viegas, administrador da empresa. Quanto à reparação da estrada agrícola, este responsável alega «ainda não saber nada», mas adianta que a Scutvias não é «responsável» pelo seu arranjo, visto tratar-se de uma estrada «que não usamos», sublinha. Para isso, será necessário que a Câmara ou a Junta de Freguesia «provem a relação de causa e efeito» para que a Scutvias possa apurar responsabilidades junto do empreiteiro, o que acontecerá apenas se ficar «comprovado» que o mau estado da via rural se deve às obras relativas à auto-estrada.

A recuperação de estradas não utilizadas «era dantes, no tempo das vacas gordas», quando a Junta Autónoma de Estrada fornecia mais dinheiro para esses reparos e para deixar as Câmaras Municipais «satisfeitas», ironiza. Agora, tal já não é possível pois as concessionárias de estradas são privadas «com orçamentos muito limitados», sublinha Matos Viegas, explicando que as capacidades financeiras da empresa não servem para reparar coisas que não fizeram. Mesmo assim, e apesar de todos os percalços, a Scutvias espera ter o acesso Norte à Covilhã, através do Parque Industrial do Canhoso, pronto em Novembro.

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