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Bodas reais e padre Costa são atrativos da “Festa da História”

Trancoso viaja no tempo este fim-de-semana para evocar um acontecimento histórico e uma personagem lendária que terá sido pai de 299 filhos

Uma das recriações medievais mais antigas da região acontece este fim-de-semana em Trancoso, palco, nos idos de 1282, das bodas reais entre o rei D. Dinis e Isabel de Aragão. Este acontecimento dá o mote para a “Festa da História”, que este ano é complementada com episódios relativos à figura do padre Costa, que persiste na memória dos locais por ter gerado 299 filhos.

«O evento faz parte do calendário nacional das recriações históricas e é de grande importância para o comércio local porque nesses dois dias Trancoso recebe muitos visitantes portugueses e espanhóis», afirma o presidente do município Amílcar Salvador. A “Festa da História” desenrola-se no centro histórico com tendas de artes e ofícios, além de tabernas e tascas, de acampamentos militares e de mesteirais medievais. Haverá ainda torneios de armas, bailias, trovas e trovadores – o grupo Tanira, de música medieval atua sábado à noite –, folguedos, saltimbancos e bobos para divertimento do povo e dos visitantes, sem esquecer o incontornável cortejo real, que acontece no domingo pelas 17 horas. Para introduzir «mais divertimento» no evento, segundo o presidente da empresa municipal Trancoso Eventos, a “Festa da História” inova com a evocação do padre Costa, uma personagem do imaginário local que terá alegadamente vivido no século XV e muito terá contribuído para o povoamento do território com os seus 299 descendentes.

Tão libidinosa personagem tem o primeiro dia, no sábado, por sua conta e risco com inúmeros episódios à volta da sua vida fogosa, como confissões e sermões carregados de ironia e humor, mas também a prisão de cura tão vigoroso e procriador. «É uma personagem meio histórica, meio mítica que muito orgulha os trancosenses pelos feitos que lhe são atribuídos», refere Carlos Martins, segundo o qual objetivo desta opção é projetar a figura do padre Costa no contexto nacional. «A sua vida presta-se bem a uma teatralização e, por outro lado, temos notado que há um interesse crescente na sua história. Quem vem a Trancoso quer saber mais sobre o padre Costa», acrescenta o responsável da empresa municipal.

A “Festa da História”, que se realiza há 14 anos consecutivos nestes moldes, tem um orçamento de cerca de 20 mil euros e envolve 55 artesãos, 98 animadores e dezenas de figurantes, sendo que os trancosenses são desafiados a vestir-se à época no fim-de-semana. As roupas estão disponíveis no posto de turismo. A atividade é organizada pela autarquia, Junta de Freguesia de Trancoso e Souto Maior e a Trancoso Eventos, em parceria com o grupo local de recriação histórica “Cavaleiros e Damas D’El Rey”.

Luis Martins Recriação do casamento de D. Dinis com Isabel de Aragão é um dos pontos altos da “Festa da História”

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