Jorge Mendes, que concorre pelo Bloco de Esquerda (BE) à Câmara da Guarda, considera que as próximas autárquicas são «uma oportunidade única e real» de eleger um vereador. E já tem uma estratégia para o conseguir: «O CDS é co-responsável pelo que aconteceu neste concelho nos últimos quatro anos e não pode agora agir como se nada fosse», disse o candidato na sexta-feira.
No jantar de apresentação da lista à autarquia, o independente invocou sete razões para levar os guardenses a mudarem «de políticas e de protagonistas» no município. «Não tenho nenhum orgulho por estes quatro anos de Álvaro Amaro na Guarda, que apostou numa estratégia de “pão e circo” e de obras em cima das eleições, para ganhar a 1 de outubro», afirmou o candidato, que se propõe acabar com a gestão «autocrática e narcisista» da autarquia, mas também com «a política do “show-off e da propaganda». Em contrapartida, promete investir nas políticas sociais, ambientais e educativas e numa «verdadeira política cultural» onde cabem os «grandes eventos que absorvem rios de dinheiro». Jorge Mendes quer também «passar a “pente fino”» os ajustes diretos efetuados pela atual maioria porque desconfia que «há obras entregues a pessoas da mesma família».
Se for eleito, o candidato do BE garantiu que vai baixar o IMI para 0,30 por cento e também apostará na concretização da Alameda da Ti’Jaquina e da variante à Sequeira. E defenderá a deslocalização do quartel da GNR, junto ao TMG, cujo espaço pretende aproveitar para criar um centro multiusos. Recuperar o «projeto abandonado» da Guarda Cidade Bioclimática, que poderá gerar «muitos postos de trabalho», será outra prioridade de Jorge Mendes, que não abdica da abolição das portagens na A25 e A23. A lista do Bloco é constituída sobretudo por docentes e alunos do IPG. Fernando Neves, ex-vice-presidente do Politécnico, é o número dois e Cecília Rosa, professora de Matemática na Escola Superior de Tecnologia e Gestão, vai no terceiro lugar. Outro docente, António Albino (Escola Superior de Educação, Comunicação e Desporto), é o quarto elemento, a estudante Adriana Alves, a mais jovem da lista, segue em quinto e Tiago Frias (estudante na Escola Superior de Turismo e Hotelaria) em sexto. Raquel Pereira ocupa o sétimo lugar.
Marco Loureiro, coordenador distrital do BE, concorre à Assembleia Municipal, e Sónia Fonseca vai liderar a lista à Junta de Freguesia da Guarda, à qual o Bloco vai concorrer pela primeira vez. «Estão são pessoas de verdade, que sabem o desafio que é viver na Guarda», disse Pedro Filipe Soares. O líder do grupo parlamentar do BE na Assembleia da República garantiu que estes candidatos «não se vão esquecer de que foram eleitos para cumprir o seu compromisso eleitoral e resolver os problemas das pessoas». E considerou que o Bloco é a «única estabilidade» garantida nestas eleições porque o PS «ainda está refém do passado, o CDS não sabe onde está e o PSD é um partido de egos».
Luis Martins