Já começaram os preparativos para a inauguração da futura Biblioteca Eduardo Lourenço, na Guarda, apesar do equipamento ainda não estar concluído. No entanto, Virgílio Bento, vereador com o pelouro da Cultura, está muito optimista e garante que no próximo ano, «numa data especial», o tão desejado equipamento será inaugurado com muita “pompa e circunstância”.
Segundo Virgílio Bento, «as obras estão agora a andar a bom ritmo» e por isso a autarquia, em conjunto com o professor Eduardo Lourenço, estão a preparar a inauguração da biblioteca. «Que vai ter um programa de qualidade, porque o equipamento assim o merece», revela o vereador, sem adiantar mais pormenores. Quanto à data da inauguração, foi muito lacónico, admitindo apenas que seria nos próximos meses: «Numa data especial». Em relação ao desenvolvimento físico da empreitada, já foram colocadas as caixilharias, «o que permitiu fechar o espaço, mas ainda faltam outras coisas», refere Virgílio Bento. Depois deverá proceder-se à informatização dos dados, além da abertura do concurso para o equipamento. Apesar de tudo isto, «no próximo ano há Biblioteca nova e esta será o primeiro equipamento do género construído de raíz na Guarda», realça o responsável pelo pelouro da Cultura. No entanto, há prazos para cumprir e o tempo da Biblioteca está a chegar ao fim: a obra tem que estar concluída até ao final do ano, caso contrário corre o risco de perder a comparticipação de um milhão de euros do INTERREG. Há quatro meses este problema foi levantado numa reunião de Câmara e ficou a promessa de que a construtora seria responsabilizada por eventuais atrasos. Apesar de admitir que a obra não vai estar concluída dentro desse limite, Virgílio Bento mostrou-se confiante no desenlace, apesar de preferir não se pronunciar sobre esse assunto.
O equipamento começou a ser construído em 2003 na Quinta do Alarcão, a dois passos do centro da cidade, e nessa altura, a autarca, Maria do Carmo Borges, contava inaugurá-lo no Dia da Cidade em 2004. Mas, o primeiro construtor faliu nesse ano, deixando a obra na fase das paredes. Seguiram-se 12 meses de procedimentos burocráticos para abrir novo concurso e entregar os trabalhos a outro empreiteiro, o que aconteceu no final de 2005. Os trabalhos recomeçaram este ano e com ordem para avançarem o mais rápido possível. O edifício apresenta-se em dois pisos, ficando o primeiro reservado aos mais pequenos, com uma zona de leitura informal em recanto com sofás. Está também prevista uma sala polivalente para acolher debates, colóquios, projecções e exposições. No segundo andar irão funcionar áreas de trabalho, o sector técnico-administrativo e a secção de adultos, subdividida em espaços de consulta de periódicos; auto-formação e aprendizagem à distância, zona equipada com computadores; consulta local, com 32 lugares sentados, seis dos quais com equipamento multimedia; e audiovisuais, com nove lugares para três televisores. A cave receberá a secção de manutenção e restauro de documentos, bem como o depósito central. O projecto está orçado em mais de 1,7 milhões de euros, 600 mil dos quais comparticipados pelo Ministério da Cultura. Uma das suas principais atracções reside na ligação permanente, através da fibra óptica, ao enormíssimo espólio da Biblioteca das Humanidades da Universidade de Salamanca, cujos 600 mil livros ficarão disponíveis a partir da Guarda.
Patrícia Correia