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“Beralt Tin & Wolfram” negoceia leasing

Empresa concessionária das Minas da Panasqueira quer adquirir novas máquinas para aumentar a produção e reduzir os custos

A administração da “Beralt Tin & Wolfram”, concessionária das Minas da Panasqueira, está a negociar com dois representantes do grupo Atlas Copco – uma das maiores empresas de equipamentos para minas – um sistema de leasing para adquirir quatro pás carregadoras e duas ou três máquinas de perfuração orçamentadas em mais de dois milhões de euros.

Esta é a única alternativa para adquirir «urgentemente» aquele equipamento “low– profile”, adianta Fernando Vitorino, director-geral da empresa, tendo em conta que o projecto de desenvolvimento da mina e compra de nova maquinaria (orçamentado em 2,8 milhões de euros) ainda aguarda a apreciação da Agência Portuguesa para o Investimento (API). Uma avaliação que só deverá acontecer assim que a empresa recuperar da crise financeira causada pelo baixo preço do minério, a pouca procura do mercado, a queda do dólar em relação ao euro e pela incapacidade de investimentos para aumentar a competitividade. Com a aquisição daquele equipamento, a administração espera «aumentar a produção e reduzir os custos» com o acesso «mais rápido» e com «menos trabalho» ao filão existente no interior das galerias, possibilitando «uma redução de 12 euros por cada unidade de volfrâmio que se produza», diz Fernando Vitorino. «Se produzirmos nove mil unidades, podemos rentabilizar 90 mil euros», exemplifica, pagando-se assim muito mais rápido o leasing, que rondará os 26 mil euros por mês.

A fase “negra” que pairou sobre as Minas da Panasqueira até há dois meses atrás – quando se chegou a admitir a suspensão da laboração – parece estar a passar. A recuperação do mercado e o aumento da produção em «30 por cento» em relação a Janeiro e Fevereiro é já um sintoma da retoma da mina, que no mês passado produziu 87 toneladas de tungsténio. O objectivo é atingir as 120 toneladas nos próximos meses, pelo que em Agosto a mina «não encerrará para férias», como era hábito. «As férias vão ser repartidas durante o ano», adianta Fernando Vitorino. No entanto, a concessionária ainda continua numa «fase difícil» não só pelas dificuldades financeiras, como também pela falta de «muitos operadores» de máquinas que se foram embora aquando da recente crise que assolou a empresa. Apesar de já terem admitido 13 pessoas, a administração vai continuar a procurar mais recursos humanos para «repor» o quadro de pessoal.

Com as perspectivas de mercado a «serem melhores», Bryce Porter, presidente do conselho de administração da “Beralt Tin & Wolfram”, admite a necessidade de adquirir «mais equipamento» para potenciar um «maior desenvolvimento da mina». Para isso, conta com uma nova equipa, «muito qualificada e motivada» para o sucesso da Panasqueira. Recorde-se que, na sequência da demissão de vários directores nos últimos quatro meses, a concessionária da única mina de volfrâmio e tungsténio a funcionar em Portugal decidiu apostar em finais de Fevereiro num corpo directivo mais jovem e uma metodologia assente «nas relações humanas», explicou na altura o director geral da empresa (ver edição 218). Até Agosto, os 220 trabalhadores continuarão a receber os salários através do Fundo de Garantia Salarial (FGS), o que vai permitir o desenvolvimento da mina durante esse período. O único problema continua a ser o atraso no pagamento dos salários, uma vez que o ordenado do mês de Março deverá ser disponibilizado por estes dias.

Liliana Correia

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