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Bem hajas, sim!

Deste o teu corpo e o teu sangue, para provares a todos nós que foste uma das abandonadas por um canalha.

Bem hajas sim por teres aprendido à tua custa para aconselhares outras mulheres a não caírem inocentemente na armadilha do homem.

Bem hajas sim por teres conquistado o direito de levantares a mão e pedires ajuda aos governantes e acusares quem te abandonou.

Bem hajas sim para estares mais à vontade para discutires com a sociedade o teu problema.

Bem hajas sim porque tens o direito de exigir o que de bom houver para cuidar de ti.

Bem hajas sim por dares um “safanão” na hipocrisia da sociedade para que esta desperte e veja na realidade o que há para corrigir no seu todo.

Bem hajas sim por teres a coragem de deitares fora a semente que germinava no teu corpo, vinda de alguém que não era digno do teu amor.

Bem hajas sim pela tua coragem de estares a limpar a sociedade portuguesa.

Bem hajas sim porque os que vêm a nascer serão os desejados e bem amados.

Bem hajas sim pela futura geração de governantes que irão pelo esgoto abaixo.

António do Nascimento, Guarda

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