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Belmonte renova núcleo histórico

O centro da vila vai sofrer requalificação profunda no âmbito do programa das Aldeias Históricas

Dois milhões e meio de euros é quanto dispõe a Câmara Municipal de Belmonte para proceder à requalificação dos espaços públicos do centro histórico. A intervenção está inserida no Plano das Aldeias Históricas de Portugal e vai arrancar nos próximos meses depois da autarquia ter concluído o plano de trabalhos a efectuar no “coração” da vila até 2005. O objectivo principal é «melhorar a malha histórica», como explica Amândio Melo, presidente do município. Para além desta verba, a autarquia poderá ainda dispor de outras candidaturas particulares, «por isso o dinheiro vai ter que chegar», espera o autarca.

A recuperação e melhoramento do centro histórico, nomeadamente das pracetas e ruas envolventes, a consolidação das muralhas do castelo, bem como a construção de um percurso pedonal são algumas das alterações previstas neste plano. Segundo Amândio Melo, esta «é uma aposta renovada que incide também no turismo religioso e cultural», complementada com a implementação de uma rede de museus que integra o Ecomuseu do Zêzere (aberto ao público há três anos), algumas salas temáticas, o Museu Judaico e o Museu do Azeite, cujas obras deverão estar concluídas no final deste ano. Mas em terras de Pedro Álvares Cabral a autarquia não podia deixar de valorizar os Descobrimentos, pelo que vai revitalizar o Solar dos Cabrais transformando-o num Centro de Interpretação dos Descobrimentos. Para além da intervenção histórica e patrimonial, a questão ambiental também não foi esquecida. Deste modo está prevista uma valorização da envolvência natural através da criação de espaços atraentes, como bares, esplanadas ou miradouros para proporcionar uma melhor observação da paisagem.

«O nosso património monumental é extraordinário», garante o presidente, que acredita que os belmontenses têm essa consciência e não vão «perder esta oportunidade». Na sua opinião estão reunidas as estruturas fundamentais para «uma oferta rica e diversificada». Nem o facto das Aldeias Históricas não terem alcançado o sucesso inicialmente previsto intimida Amândio Melo, para quem Belmonte é «um caso diferente» já que tem uma zona histórica «viva» ao contrário das outras aldeias, que, na sua maioria, revelam um elevado índice de desertificação. Um cenário conseguido através de meios financeiros da própria Câmara e de campanhas sensibilizadoras para a recuperação dos edifícios do centro. «Construímos uma zona histórica habitada», sublinha, considerando ser esta a particularidade que distingue a vila. O actual projecto incide também na recuperação interior dos edifícios, o que vai contribuir para aumentar o nível de habitabilidade da malha histórica de Belmonte.

Por outro lado, o autarca considera que a A23 é uma «nova realidade» e uma «mais valia» para a vila, na medida em que encurta as distâncias e cria as acessibilidades propícias a um aumento de visitantes. Uma realidade imaginada e que não é temida em Belmonte, onde já existem unidades hoteleiras «de qualidade» e por outras infraestruturas de apoio. Até lá, as obras de requalificação do centro histórico irão iniciar-se brevemente e decorrer até ao próximo ano. De relembrar que Belmonte e Trancoso são as mais recentes Aldeias Históricas juntando-se assim a Marialva, Linhares da Beira, Almeida, Castelo Mendo, Sortelha, Castelo Rodrigo, Piódão, Monsanto, Idanha-a-Velha e Castelo Novo.

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