O Bloco de Esquerda (BE) e a CDU estão indignados com a aprovação pelo Governo da Zona de Jogo da Serra da Estrela a três semanas das eleições. «Não é mais do que uma espécie de “moeda de troca” pela inclusão de Carlos Pinto nas listas do PSD», garante Paula Nogueira, considerando que a medida serve apenas para «calar as críticas» de Carlos Pinto. Mais grave, segundo o BE, é que a implementação do casino «contraria todos os princípios» do documento assinado pelo Parque Natural da Serra da Estrela (PNSE), publicado pelo Instituto da Conservação da Natureza (ICN) para 2000-2006 e o decreto regulamentar 50/97, de 20 de Novembro, daquele instituto, que «preconiza a promoção do repouso e do recreio ao ar livre, de forma a visitar-se e a apreciar a Serra da Estrela sem que daí advenham riscos de degradação do ambiente», explicita José Serra dos Reis, o segundo da lista. Por isso, os candidatos do Bloco vão pedir a «revogação imediata» do decreto-lei que cria a Zona de Jogo caso Sócrates seja eleito primeiro-ministro, pois «é urgente travar esta medida para não prejudicar ainda mais as populações abrangidas pela área protegida». Também Jorge Fael, da CDU, é contra o projecto. «Jogo e natureza não são o guia turístico da Serra da Estrela», criticou o cabeça de lista da Coligação Democrática Unitária por Castelo Branco, para quem a Serra corre o risco de se transformar numa «Albufeira do interior». O candidato denuncia ainda que o monopólio da Turistrela tem gerado um «comportamento de retina» na Serra da Estrela, pelo que defende a «salvaguarda do interesse público».