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Barroso Regressa a Casa

Lembro-me como se fosse ontem. Durão Barroso, em campanha eleitoral, tinha uma solução para os problemas económicos do país: um choque fiscal, traduzido numa significativa descida de impostos que iria permitir às empresas investir, aos cidadãos consumir e, afinal, aumentar a receita fiscal do Estado. Fazia pleno sentido e era aparentemente uma boa ideia, tanto que acabou por ser recuperada por José Sócrates e Pedro Passos Coelho, quando chegou a vez deles de acederem ao poder.

Sobre as promessas de Durão Barroso registará a história que as não cumpriu, tal como, é verdade, incumpriram depois dele Sócrates e Coelho as promessas idênticas que fizeram. Registará também que, em vez de enfrentar os portugueses e justificar devidamente as suas mentiras de campanha, preferiu abandoná-los às mãos de Santana Lopes e partir para paragens mais risonhas. Disse que o fazia no superior interesse da nação, mas era também mentira: nada há de especialmente patriótico em servir durante dez anos a Alemanha, uma potência estrangeira que foi impondo políticas que nos fizeram mais mal que bem.

Acabado o seu mandato como presidente da Comissão Europeia, Barroso regressa a casa. Consta que ambiciona a presidência da República.

É verdade que não estamos especialmente bem servidos de estadistas e que a nossa história regista com agrado os contributos de alguns estrangeirados, mas há que manter as coisas na sua devida dimensão. Durão Barroso não é Luís António Verney e nada tem que especialmente o recomende. Mentiu-nos e abandonou-nos num momento difícil; se voltar para se submeter a algum escrutínio será de certeza para ser devidamente castigado.

Por: António Ferreira

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