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Banho gelado no batismo dos caloiros

Como já é tradição, o chafariz da Alameda de Santo André voltou a encher-se de estudantes do IPG para ritual de integração

Foi no chafariz da Alameda de Santo André que os caloiros do Instituto Politécnico da Guarda (IPG) foram mais uma vez batizados. No passado sábado, São Pedro parece ter ficado do lado dos novos estudantes e a chuva deu tréguas dando lugar a um dia ameno de sol que amenizou os banhos gelados que esperavam os caloiros.

A tarde começou com o tradicional desfile que saiu do IPG rumo à Praça Luís de Camões, terminando depois na Alameda de Santo André. Este ano participaram na praxe cerca de 250 novos alunos, o que para o dux da academia é «um orgulho». «A Guarda tem vindo a decair no número de estudantes e é muito bom ter tantas pessoas a aderir à praxe», afirmou Jaime Gomez, segundo o qual não se registaram quaisquer problemas desde o arranque do ano letivo iniciou, pois na Guarda «a praxe é saudável e é para manter. Integração é a maior definição que lhe podemos dar», acrescentou. O batismo marca apenas o terminar de uma fase da praxe, que ainda se prolonga até à Semana Académica em maio, onde os estudantes recém-chegados vão trajar pela primeira vez. No sábado, os primeiro-anistas deixaram apenas de ser “bestas” para serem caloiros. Não é nada que os preocupes, pois a tradição tem sido vivida pelos estudantes com bastante entusiamo.

De cara pintada e penico na mão, Daniela Baeta, aluna de Comunicação e Relações Públicas, esperava «nervosa» pela sua vez na improvisada fonte batismal, mas o balanço da praxe era positivo: «Estou a adorar, foram semanas fantásticas e é bom saber que vai continuar», declarou. Rita Santos, do mesmo curso e também uma novata nestas andanças, já conhecia a tradição da academia guardense e nunca teve dúvidas de que queria participar. «Foi muito bom para nos divertirmos», disse a caloira. Da mesma opinião partilha Pedro Tavares, de Desporto, para quem «a praxe não se pode levar a mal, é para o convívio e nos conhecermos a todos». A tarde de sábado marcou um momento importante na carreira de caloiros e também os pais quiseram assistir a esse acontecimento. Joana Silva veio de Oliveira do Hospital para ver a filha que entrou em Marketing. Estava encantada com a praxe praticada pelos veteranos do IPG: «Não é nada de mais e acho que ela [a filha] deve ir em frente, aproveitando o melhor possível», afirmou.

Já Emília e António Lopes vieram de Mangualde para assistir ao “batismo” da filha e confessaram que «a água fria era dispensável», mas ainda assim consideraram esta tradição como «um momento importante da vida académica e uma parte bonita do curso». Ao longo da tarde, vários baldes cheios de água saída diretamente da fonte foram despejados em cima dos agora caloiros, cumprindo o ritual da praxe guardense, que também inclui um beijo na testa por parte do padrinho. Sara Martins, estudante de Desporto, foi das primeiras ser batizada e não negou que «foi difícil levar com a água tão fria. Queríamos falar e nem conseguíamos, mas ao mesmo tempo foi relaxante», admitiu, entusiasmada e encharcada. A festa prosseguiu à noite no pavilhão do estádio municipal onde o grupo XPTO, os “Meninos do Rio”, Agir e DJ Left ajudaram a aquecer a alma e a recuperar energias. A Semana do Caloiro terminou no domingo com o Baile do Caloiro no bar da Associação Académica.

Ana Eugénia Inácio

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