As seis novas concessões rodoviárias lançadas pelo Governo, entre as quais a do Douro Interior, entre Celorico da Beira (A25) e Valebenfeito, foram «adjudicadas 57 por cento acima dos valores iniciais», noticiou o “Jornal de Negócios” de terça-feira.
Segundo o diário, as adjudicações da Auto-Estradas do Centro e da Pinhal Interior foram chumbadas pela comissão de avaliação com o argumento das propostas finais serem muito superiores às iniciais. No entanto, esse mesmo aumento, entre o VAL (Valor Actualizado Líquido) inicialmente proposto e o que resultou da fase de negociação, ocorreu em todas as outras seis concessões já adjudicadas. O “Jornal de Negócios” refere que, de acordo com os valores que constam dos relatórios oficiais dos concursos lançados pelo actual Governo, as diferenças entre as propostas iniciais e finais apresentadas oscilam entre os 6,2 por cento na Douro Interior e os 167,8 por cento na Baixo Tejo. Ou seja, «na concessão adjudicada ao consórcio da Mota-Engil, a proposta inicial apontava para um VAL da ordem dos 713 milhões de euros, tendo a adjudicação sido concretizada por 757 milhões», escreve o jornal.
Contudo, o Ministério das Obras Públicas refuta esta leitura e defende que os custos de construção, operação e manutenção a 30 anos das seis concessões já contratadas são inferiores em 14 por cento aos valores dos estudos de viabilidade económica elaborados.
«O VAL do esforço financeiro da EP – Estradas de Portugal com estas seis concessões é equivalente ao previsto nos estudos de viabilidade económica», argumenta o gabinete de Mário Lino, acrescentando que a análise custo/benefício destas vias «resulta num saldo positivo de cerca de oito mil milhões de euros». A tutela invoca também que, quanto aos concursos para as concessões das auto-estradas do Centro e Pinhal Interior, a Estradas de Portugal «ainda não tomou qualquer decisão relativamente à sua adjudicação, uma vez que estes concursos ainda se encontram em fase de apreciação das propostas finais».
