«Recandidate-se, senhor presidente» foi o apelo mais ouvido a 27 dos 31 presidentes de Juntas de Freguesias do concelho da Covilhã, reunidos na última segunda-feira num jantar para sensibilizar Carlos Pinto a liderar de novo a lista social-democrata à Câmara nas eleições de 9 de Outubro. Além do actual presidente, marcaram também presença no convívio os restantes elementos do executivo maioritário na autarquia, o líder da bancada do PSD na Assembleia Municipal, Bernardino Gata, e dois engenheiros da Câmara.
Apenas os autarcas da Erada (PS), Boidobra (CDU), Conceição (PS) e S. Jorge da Beira não compareceram, se bem que este último, eleito pelo PS nas últimas autárquicas, tenha apelado publicamente há dois anos à recandidatura de Carlos Pinto. Mas nem só os autarcas social-democratas ou independentes apoiados pelo PSD marcaram presença. Jerónimo Barata e José Bento, eleitos como independentes com o apoio do PS em 2001 para as freguesias do Barco e do Ferro, manifestaram também o seu apoio. O primeiro foi, inclusive, um dos responsáveis pela organização do jantar. «Se abandonar este concelho, será uma catástrofe. Ainda há muita coisa a fazer e só consigo é que isso será possível», desafiou o autarca de Casegas, António Ramos, pedindo a Carlos Pinto para continuar à frente dos destinos do município. «Este concelho precisa de si para ser desenvolvido», acrescentou António João Rodrigues, de Unhais da Serra, enquanto Carlos Mendes, do Teixoso, avisou que os autarcas presentes não iriam aceitar «o divórcio desta família, que tem que estar unida para continuar a caminhada».
Os apelos prolongaram-se durante o jantar, mas Carlos Pinto apenas irá anunciar publicamente a sua decisão no próximo dia 1 de Julho durante uma grande festa agendada para o Jardim do Lago, onde anunciará a «equipa que o PSD irá levar às próximas autárquicas». Admitindo ter ponderado afastar-se da Câmara da Covilhã, o edil tranquilizou os presentes afirmando que «não irá desiludir o objectivo deste jantar de amizade». A influenciar a previsível recandidatura estarão também as «várias manifestações de grande singularidade da população» para avançar, bem como o facto de não querer «ver morrer o projecto de desenvolvimento do concelho» se se afastar da autarquia. «Quando perdi as eleições em 1993, o que mais senti foi a sensação de projecto interrompido», confessou, adiantando que o município está perfeitamente «capaz de enfrentar os próximos mandatos sem quaisquer rupturas» tanto em termos do quadro de pessoal, como financeiros. Carlos Abreu, presidente da Junta de Freguesia do Tortosendo e da Assembleia Municipal, já foi apontado como o número dois da futura lista de Pinto.
Liliana Correia