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Autarcas da Cova da Beira tomam as “rédeas” da comunidade urbana

Para acelerar o processo, Manuel Frexes, Carlos Pinto e Amândio Melo decidiram convocar todos os autarcas da região para dia 25 em Belmonte

A constituição de uma comunidade que agregue os distritos da Guarda e de Castelo Branco deverá voltar à ordem do dia da «agenda política» dos autarcas da região. É essa, pelo menos, a pretensão dos presidentes das Câmaras do Fundão, Covilhã e Belmonte, que, após a aliança intermunicipal traçada aquando das comemorações do aniversário da cidade covilhanense, se reuniram na última quinta-feira no Fundão para debater os projectos fundamentais ao desenvolvimento da Cova da Beira e da região.

Manuel Frexes, Carlos Pinto e Amândio Melo estão de acordo quanto à exigência de constituir «o mais rápido possível» uma comunidade urbana «que congregue as necessidades de todos os que estão no eixo Castelo Branco/Guarda», defende agora Frexes, quando há uns meses atrás considerava a divisão dos concelhos por comunidades intermunicipais mais favorável para a região. Por isso mesmo, o encontro, agendado para Belmonte no próximo dia 25, pretende juntar todos os autarcas da Beira Interior para decidirem qual o modelo a adoptar até 31 de Março de 2004. «Já há condições e apoios para os agrupamentos que se constituam até essa data», recorda Amândio Melo, que também integra o grupo de trabalho criado há meses atrás para dar andamento ao processo. No entanto, face à inexistência de propostas concretas e objectivas, os autarcas da Cova da Beira decidiram “tomar as rédeas” do processo para que a Beira Interior esteja na «primeira linha» da constituição destas comunidades, ainda para mais quando o estudo encomendado à Associação de Municípios da Cova da Beira (AMCB) sobre o melhor modelo a implementar tarda em chegar. Nesta fase, e apesar de ser benéfico para uma ideia mais concreta, o «estudo não é assim tão fundamental. Não vemos razão para que não se avance com este processo sem o estudo estar pronto», realça Amândio Melo, para quem o que está em causa é «a vontade política de se assumir um agrupamento», independentemente do modelo.

Além da comunidade urbana, os autarcas da Cova da Beira vão unir esforços na contestação da «insuficiente atribuição» de fundos comunitários à região para que na próxima reprogramação de fundos «isto possa ser corrigido», reclama Carlos Pinto. É que os autarcas pretendem levar a cabo outros projectos para o desenvolvimento da Cova da Beira, tal como o Aeroporto Regional da Covilhã, o ParkUrbis ou a Feira Regional em conjunto, que deverá ser da responsabilidade das respectivas associações comerciais para obter um «impacto» nacional e transfronteiriço. Para o edil covilhanense, o essencial é trabalhar em «conjunto» para que a região «não volte a ficar para trás». «A nossa determinação é total. Agora, não vale a pena esconder que há muito trabalho a fazer e que temos problemas nas Câmaras por falta de recursos, impedimentos e dificuldades», adianta, exigindo uma justa repartição dos recursos. «Já demonstrámos que fazemos coisas. Só não fazemos mais porque não temos tido recursos», critica Pinto, na esperança de que o Governo venha a assegurar «estas expectativas e vontade de trabalhar».

Liliana Correia

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