O presidente da Câmara de Pinhel desmentiu a O INTERIOR a compra das instalações da antiga fábrica Rohde. Segundo António Ruas, «nada está decidido» e a reunião onde o tema esteve sobre a mesa foi apenas «um primeiro contacto para perceber se o negócio é vantajoso para o concelho».
Face às vozes críticas que se fizeram ouvir na semana passada, vindas sobretudo dos partidos da oposição, o autarca desmentiu a realização do negócio, garantindo que tudo não passou de «uma especulação para denegrir a sua imagem». No entanto, a verdade é que os rumores sobre a possibilidade da Câmara adquirir o espaço ouve-se há muito tempo, desde a altura em que a fábrica de calçado fechou em 2006. De resto, António Ruas acabou por admitir que existe essa hipótese, ainda que esteja apenas em fase de estudo. «Quisemos ouvir as várias partes e conhecer as intenções do actual proprietário, discutindo também as vantagens desta compra para o município», explicou. A realizar-se, o negócio custará aos cofres da autarquia 25 mil euros por mês, durante 30 anos.
O edil garantiu ainda que, antes de qualquer acordo, «é preciso perceber as finalidades do espaço», que poderá ter vários fins. Acolher a Feira das Tradições, um evento anual, o Encontro de Tractoristas e servir de armazém municipal são alguns dos destinos já pensados. No entanto, num momento de crise económica, rapidamente surgiram vozes a condenar o negócio. A concelhia local do PS alega que esta compra pode comprometer a situação das freguesias que «já estão a passar por dificuldades». Contudo, o autarca diz-se «indignado pela forma como algumas pessoas trataram o assunto». O assunto devia ter sido abordado no último domingo numa reunião do executivo, que acabou por ser adiada e não tem ainda nova data. A empresa de construção civil António José Baraças e Irmãos adquiriu as instalações da antiga fábrica de calçado Rohde, em 2007, por mais de três milhões de euros. A unidade, com 30 mil metros de área descoberta e 850 metros quadrados de área coberta.
