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Assembleia Municipal de Viseu repudia acusações de Maria do Carmo

Moção foi aprovada por unanimidade e aconselha Maria do Carmo Borges a preocupar-se com o desenvolvimento da Guarda

A Assembleia Municipal (AM) de Viseu reavivou esta semana a “guerra de palavras” iniciada há dias por Maria do Carmo Borges e Fernando Ruas. Ainda a troca de acusações não tinha resfriado quando o órgão deliberativo viseense aprovou por unanimidade na última segunda-feira uma moção de repúdio pelas declarações da autarca da Guarda quanto a alegados favorecimentos políticos da autarquia vizinha no programa Polis e na passagem do comboio de alta velocidade. Para os deputados viseenses as insinuações da presidente denotam «inveja mesquinha e uma angústia muito grande», pois «não percebe como é que a Guarda não avança ao mesmo ritmo do desenvolvimento de Viseu». Uma tomada de posição que não passou despercebida na cidade mais alta, embora Maria do Carmo se tenha recusado a comentar o assunto enquanto a AM local nem sequer discutiu o caso.

Em causa estão as acusações da autarca da Guarda que disse na semana passada que a candidatura do Polis de Viseu foi aprovada apesar de não ter «os necessários pareceres do grupo coordenador do Polis, o que a tornaria inelegível». O pior veio depois de se saber que a cidade tinha sido escolhida para receber a única estação intermédia na linha de alta velocidade entre Aveiro e Salamanca. Maria do Carmo não gostou e classificou aquela decisão como «favorecimentos» do poder político a Viseu para «satisfazer clientelas e agradar» ao presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) [Fernando Ruas]. Insinuações «contra Viseu e contra os viseenses» suficientes para que o deputado social-democrata António Vicente Figueiredo tivesse apresentado a dita moção de repúdio onde aconselha Maria do Carmo Borges a preocupar-se antes «com o desenvolvimento do seu concelho e com as populações que serve». Para o deputado, a presidente da Câmara da Guarda revela «inveja mesquinha e uma angústia muito grande: vê o desenvolvimento sustentado de Viseu – cidade, distrito e concelho – e não percebe como é que a Guarda não avança ao mesmo ritmo». A autarca foi ainda acusada de ter optado pelo ataque «para esconder as suas fraquezas e incapacidades em acompanhar o desenvolvimento das cidades mais próximas», quando devia, sugere o deputado, manter um «bom relacionamento» com os autarcas vizinhos e «apoiar projectos comuns, na busca das melhores soluções para as populações». António Vicente Figueiredo lembrou ainda que «nunca os viseenses protestaram contra o que foi atribuído à Guarda, nem mesmo quando viram desenvolver-se a circular em auto-estrada e a ligação a Castelo Branco pela A23».

Argumentos mais que suficientes para que a moção tivesse sido aprovada por unanimidade, até pelos socialistas locais, que se escusaram a qualquer declaração. Por sua vez, Fernando Ruas voltou a pedir à colega da Guarda que deixe Viseu «em paz»: «Pelos vistos havia mais cigarras do que formigas [na Guarda]. Deixem as formigas, ainda que tenham bigode, trabalhar», concluiu. Maria do Carmo Borges ficou chocada quando soube da notícia, momentos antes do início do debate do Movimento Cívico, mas na terça-feira preferiu não responder embora tenha voltado a insistir na última AM da Guarda nas acusações de alegados favorecimentos do actual Governo para com Viseu. «Que me demonstrem o contrário», exigiu, acrescentando «não ter nada contra Viseu».

Luis Martins

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