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As “pérolas negras” do Sporting da Covilhã

Francisco Chaló tem sete jogadores africanos no plantel e já trabalhou com uma dezena de atletas oriundos daquele continente desde o início da época

O Sporting da Covilhã tem neste momento nas suas fileiras sete jogadores africanos e, desde o início da época, o técnico Francisco Chaló já trabalhou com uma dezena de atletas oriundos daquele continente. O “peso” dos futebolistas africanos no rendimento de uma das “equipas-sensação” da IIª Liga é evidente, tanto que o clube reforçou a “armada” no mercado de inverno e precaveu a eventual saída de algumas das suas “pérolas negras”.

A Guiné-Bissau, com três atletas (Forbes, Báta e Agostinho Soares), é o país mais representado, seguindo-se a Costa do Marfim, com Gui e o regressado Amian, e o Uganda, com Alex Kakuba e Kizito. O contingente africano poderia ser ainda maior, pois já este mês o também ugandês Apollo Razak foi dispensado para o Águias do Moradal, enquanto o cabo-verdiano Nené pediu para sair em novembro por ser pouco utilizado e, ainda na pré-época, o gabonês Oto’o, emprestado pelo Sporting de Braga, acabou por regressar ao clube de procedência. Desde cedo que Báta, vindo do Alcanenense da então IIIª Divisão Nacional, começou a dar nas vistas e Forbes, o seu companheiro na frente de ataque contratado aos açorianos do Operário, é um dos melhores marcadores na competição. No meio campo ofensivo, o costa-marfinense Gui, no clube há quatro épocas, pode finalmente mostrar de forma consistente o seu talento.

Na defesa, o ugandês Alex Kakuba, que chegou a meio da temporada transata também da IIIª Divisão (Esperança de Lagos), é indiscutível na lateral esquerda. Já Afonso Soares, também conhecido por Nconco, Amian e Kizito só se juntaram ao plantel mais tarde. O primeiro é um ponta-de-lança guineense que foi inscrito em dezembro após um período à experiência. Amian é um “velho conhecido”, pois chegou ao clube na mesma altura de Gui, mas na temporada transata esteve emprestado ao Anadia e na primeira metade da presente época tentou sem sucesso uma experiência nos franceses do Évian. Quanto a ao jovem ugandês Kizito, foi o último a chegar, vindo do Leixões, e já marcou contra o Paços de Ferreira no seu segundo jogo pelos “leões da serra”. É no ataque que a influência dos atletas africanos mais se faz notar na excelente performance do Covilhã. O clube tem 27 golos marcados, dos quais 19 são da autoria do tridente formado por Forbes (11), Báta (seis) e Gui (2).

Na Taça da Liga, a formação serrana tem nove tentos apontados e cinco são da “armada” africana: Forbes, Báta, Alex Kakuba, Gui e Kizito. De acordo com o presidente do clube, que neste momento está a apenas três pontos dos lugares de subida à Iª Liga, «não há nenhum motivo especial» para esta aposta no mercado africano, que «aconteceu por acaso» e mais não é do que uma «coincidência». José Mendes sublinha que a maior parte dos jogadores africanos do plantel «já estão em Portugal há algum tempo» e vieram para a Covilhã depois de prospeções feitas por elementos do clube. Muito se tem falado que, nomeadamente, Forbes e Báta poderão estão a ser cobiçados por outros clubes, mas o dirigente é lacónico: «Que eu saiba só se estiverem a ser cobiçados na cabeça das pessoas porque ao clube nada chegou», garante. Quanto a entradas, «em princípio», só chegará um guarda-redes para suprir a vaga do lesionado Taborda.

Ricardo Cordeiro Forbes é um dos melhores marcadores da IIª Liga com 11 golos

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