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As mudanças de D. Manuel

Em comunicado, Bispo Coadjutor da Guarda explica a reorganização dos serviços pastorais da Diocese

D. Manuel Felício, Bispo Coadjutor da Guarda, enviou um comunicado ao Presbitério e a todos os fiéis da Diocese por causa das contestadas nomeações de padres. Desde vigílias nocturnas a abaixo-assinados, tudo serviu para apelar ao prelado que volte atrás nas nomeações. De Gonçalo à Vermiosa, passando pelos fiéis de Nave e Alfaiate, todos reclamam o mesmo: a permanência dos seus párocos. Contudo, a contestação parece ter sido ultrapassada nas últimas semanas e o ambiente acalmou nas paróquias mais insatisfeitas. Por isso, D. Manuel Felício agradece aos padres e às paróquias envolvidas nas mudanças, lamentando «ainda não ter sido possível dar resposta a todas as necessidades da Diocese».

Segundo o Bispo Coadjutor, as nomeações para os novos cargos na Diocese da Guarda, realizadas desde Janeiro até agora, «servem para dar uma resposta equilibrada a todas as necessidades pastorais existentes». No entanto, “O Interior” sabe que ainda estão previstas mais nomeações até ao final do ano. Neste momento 101 paróquias mudaram de pastor, pároco ou outra figura canónica. Dos 110 párocos no activo, 42 mudaram de responsabilidades pastorais, no todo ou em parte, ou acumularam novos cargos. E mais. Treze sacerdotes aceitaram novas responsabilidades nos serviços supra-paroquiais e diocesanos, sendo que dos 15 arciprestados da Diocese só um não sofreu mudanças de párocos ou reajustamentos na distribuição de responsabilidades pastorais relativamente às suas paróquias. Trata-se de uma reorganização dos serviços pastorais que só foi possível «graças à grande generosidade dos nossos padres, aos quais presto a minha homenagem pela sua extraordinária dedicação à causa do Evangelho e da Fé», sublinhou D. Manuel Felício. Acrescentando também «a compreensão das paróquias envolvidas nestas mudanças». No documento a que “O Interior” teve acesso, o Bispo Coadjutor expressa o seu apreço e gratidão «por saberem colocar o bem comum da comunidade diocesana acima dos interesses particulares».

Para D. Manuel Felício «ainda não foi possível dar resposta a todas as necessidades da diocese». Sobretudo nalguns Movimentos de Igreja que aguardam o seu assistente eclesiástico, a par de alguns serviços diocesanos que, «sendo fundamentais, ainda não estão organizados». Apesar de todos os protestos populares dos últimos meses, o Bispo Coadjutor está «confiante». Nomeadamente, porque «a generosidade dos padres já demonstrada e a maturidade na fé das nossas comunidades», com destaque para os leigos mais empenhados na Pastoral, «constituem um grande estímulo a continuar na procura das melhores soluções», acrescenta. A mudança de párocos já foi mais polémica. No auge da contestação, em Setembro, os paroquianos da Vermiosa (Figueira de Castelo Rodrigo) manifestaram-se contra a saída do padre José Joaquim Martins, que ali exercia o sacerdócio há cerca de nove anos. O apelo de dezenas de habitantes subiu de tom e até foi necessária a intervenção das forças policiais para acalmar os ânimos durante uma missa celebrada por D. Manuel. Na mesma altura, os habitantes de Gonçalo e das aldeias vizinhas fizeram uma vigília nocturna em frente ao Paço Episcopal. Cerca de duas centenas de paroquianos acederam velas e rezaram pela permanência do seu pároco, José Brito Martins. Também os fiéis da Nave e Alfaiates, no concelho do Sabugal, fizeram chegar dois abaixo-assinados à sede da Diocese contra as mudanças dos seus padres. Entretanto, estão para breve outras novidades no gabinete episcopal, nomeadamente a entrada em funcionamento de uma página na Internet.

Patrícia Correia

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