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«As críticas ao álbum têm sido bastante positivas»

Cara a Cara – Entrevista

P – Os “Factor Activo” vão apresentar este sábado o primeiro álbum do grupo “Em directo do fim do mundo”. O que poderemos encontrar neste disco?

R- É um álbum que tem três vertentes: hip-hop, dub e electrónico. Tem 12 faixas, havendo em alguns temas a participação do Hugo Correia dos Fado Morse, do Victor Afonso, da Mediateca da Guarda, e de Alejandro Burgos, um filósofo colombiano que vive em Itália.

P – Já existem desde 1991. Como é lançar agora o primeiro álbum?

R – Já editámos em compilações e em 2000 conseguimos fazer uma “demo” de quatro temas, chamada “Código”. Essa “demo” teve uma boa crítica a nível nacional, o que nos levou a tocar em todo o país. Depois de termos constatado que havia receptividade ao nosso estilo musical, começámos a trabalhar há dois anos para este álbum e as críticas têm sido bastante positivas.

P-Como é que surgiu esta banda original da Covilhã?

R-Tudo começou num programa na Rádio da Covilhã em colaboração com um dos jornalistas da estação, o Luís Fonseca. Já conhecia alguns elementos, muitos da época do liceu, e os outros foram entrando aos poucos no grupo.

P-Que apoios é que contaram para editar “Em directo do fim do mundo”?

R-Temos o apoio da empresa Assec, que nos ajudou na parte gráfica e no “web design”, e da Loop Recordings, que mostrou interesse em editar o nosso trabalho depois de ter ouvido alguns temas da banda. De resto, todo o investimento é nosso.

P-Como é que o grupo consegue sobreviver quando todos os elementos têm profissões em áreas distintas da música e a residir noutras localidades?

R-Começa a ser complicado a nível financeiro, até porque não há sítios onde tocar com condições e há poucos eventos na região e no país para este tipo de música. Temos tocado às vezes nas Recepções ao Caloiro, mas esse não é o ambiente mais adequado, até porque fazemos a abertura de bandas que não se coadunam com o nosso estilo musical. Já no Imago2004 houve outro tipo de ambiente.

P-O que é necessário para que o grupo consiga desenvolver o trabalho na Covilhã?

R-O único problema da Covilhã é não haver um espaço equipado com condições, como há na Guarda. Não há uma estrutura, nomeadamente o Centro de Artes, nem um técnico que trabalhe para a autarquia que nos permita tocar sem termos esse encargo financeiro do técnico. Assim que a estrutura estiver construída, é necessário dinamizar o espaço com eventos destinados ao nosso estilo de música.

P-Acredita que este disco terá boa aceitação no mercado?

R-Acho que sim. A Loop Recordings é a melhor editora desta área em Portugal e, na minha opinião, o álbum está bom. A nível de produção, fomos ao pormenor, por isso é que demorou muito tempo. É claro que poderia estar muito melhor e ter mais artistas convidados, mas isso era complicado financeiramente.

P-Os “Factor Activo” podem tornar-se numa banda de renome, à semelhança do que acontece com alguns grupos portugueses?

R-Isso é complicado por causa do segmento de mercado e, em Portugal, são muito poucos os amantes do hip-hop. Na área em que tocamos, podemos vender mil cópias ou ter a sorte de se vender duas mil, mas mais do que isso não é possível porque não há pessoas sensibilizadas para esta área musical.

P- Este álbum é apenas cantado em português?

R-Não. Também tem temas em francês, castelhano e samples árabes nos temas “Beira Baixa Independente” e “Silsila”.

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