É uma história que corre pela aldeia há já muitos anos e a versão dos habitantes mais antigos tem-se prolongado no tempo: Artur Agostinho, famoso jornalista e ator que faleceu na semana passada aos 90 anos, seria originário do Baraçal, uma pequena freguesia do concelho do Sabugal.
A sua biografia refere Lisboa como local de nascimento, mas o que se diz na aldeia é que Artur seria filho de um senhor do Baraçal, localidade onde ainda vive Clotilde Antunes, que, a confirmar-se a história, poderá ser irmã do famoso radialista. No café local, trabalha a sua filha, possivelmente sobrinha de Artur. D. Berta esquiva-se a responder a qualquer pergunta sobre o tema, adiantando apenas que «Artur nunca reconheceu que era daqui». «Não falei antes da sua morte e muito menos agora, porque ele nunca o assumiu», disse apenas a O INTERIOR. Além do mais, adiantou que o radialista teria chegado a combinar uma visita à aldeia, mas que acabou por nunca se concretizar. São vários os habitantes, presentes no café, que conhecem a história, mas poucos os que a conseguem e querem, de facto, confirmar.
As incertezas sobre se Artur Agostinho será ou não um “filho do Baraçal” persistem e nunca houve confirmação do próprio jornalista. Presente na memória do país, ficará para sempre como um homem que viveu ao ritmo da história da rádio, em especial do jornalismo desportivo. Artur Agostinho mudou a forma de fazer relatos de futebol, mas sempre viveu um amor desmedido por um só clube: o seu Sporting. Primeiro foi locutor amador, para depois se tornar jornalista na Emissora Nacional e ainda diretor do jornal “Record”. Já depois do 25 de abril, veio a pertencer ao departamento desportivo da Rádio Renascença e no caminho ainda teve tempo para apresentar programas de televisão e participar em filmes, como o famoso “Leão da Estrela”. O funeral decorreu na quarta-feira, dia 23, no Cemitério de Benfica.