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ArteLivre

Hoje soube-me a tanto, portanto, hoje soube-me a pouco. Foi este o estado de espírito que marcou o final do encontro/conversa sobre desporto levado a efeito no “Café Central” na Guarda, na passada sexta-feira. A iniciativa, coroada de êxito quer pelo número de participantes quer pela abertura demonstrada para se defenderem os diversos pontos de vista, fica a dever-se à associação de artistas “ArteLivre”. O debate agora levado a efeito faz parte de uma série de temas transversais na sociedade e que em ar de tertúlia de café se pretendem ver analisados. No que ao Desporto importa, a presença de muitas colectividades e de muitos “sentires desportivos” pode significar que há fome de debate nesta área da sociedade mas também é a demonstração de que pôr pessoas a pensar e a discutir experiências, principalmente em meios pequenos como a Guarda é bem mais simples do que possa parecer. Essa foi a grande virtude desta iniciativa. Mostrar que até é fácil. Que basta um pouco de organização. O resto é vontade!

Um dos pontos de debate foi a questão da demasiada “pessoalização” dos projectos no campo do associativismo desportivo. Um dado ressaltou. O de que as modalidades vivem e duram enquanto determinadas pessoas têm energia e vontade para que assim aconteça. Exemplos foram dados, como o caso das lutas amadoras, do andebol e do voleibol. Algumas experiências foram relatadas como tendentes a resolver este problema, como referiu Fragoso em relação ao atletismo, em que têm sido feitas acções de formação de Dirigentes mas sem resultados que de momento se vejam. “São sempre os mesmos” foi a expressão mais ouvida quando se tratou de debater a continuidade dos projectos no tempo.

Do NDS veio o testemunho e o pragmatismo do João Prata que relatou a experiência do seu clube e as dificuldades a que ao longo do processo de desenvolvimento e consolidação tiveram que fazer face. Dos Jogos tradicionais, através de Norberto Gonçalves, veio o relato das dificuldades mas também dos motivos de orgulho da Associação, além de propostas para “resolver” problemas de participação em projectos de índole associativa.

Do Guarda “2000”, Segura Fernandes e do “Estrelas da Guarda”, Humberto Barroco, deram conta das vicissitudes mas também dos êxitos do seu trabalho no âmbito da formação desportiva. Do “Lameirinhas”, Carvalhinho, chamou a atenção para o nível de competição em que a sua colectividade participa e para as dificuldades financeiras que tal implica. Tivemos ainda a participação de Carlos Roberts, do novo clube da Guarda, o Guarda Futebol Clube, que deu conta das intenções em ocupar o espaço que se tem mantido livre no que toca ao desporto espectáculo – futebol.

Também o Xadrez foi alvo de análise e de debate, tendo vindo à discussão a organização na Guarda do Campeonato Nacional da primeira divisão.

Também tivemos a participação do Neca, do Atletismo, do Vítor Pereira , árbitro de Futsal. Ouviram-se também os organizadores do torneio “Primavera”, um sucesso de participação e de continuidade. Interveio ainda o representante da Associação de Andebol da Guarda que deu conta dos esforços para reactivar a modalidade. Além disso participaram algumas pessoas sem representarem um clube em concreto. No fundo muita participação, muito debate de ideias, algumas a precisarem de serem aprofundadas. Mas todos, sem excepção, com um “brilhozinho nos olhos”.

Por: Fernando Badana

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