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ARS Centro desafia hospitais a melhorar desempenho

Objectivos do PECLEC cumpridos nas 17 unidades da região Centro

O presidente da Administração Regional de Saúde (ARS) do Centro anunciou terça-feira que os hospitais distritais e de nível um sob sua alçada já cumpriram os objectivos do programa de combate às listas de espera em cirurgia. O PECLEC, criado pelo Governo para responder aos doentes identificados a 30 de Junho de 2002 como esperando uma cirurgia há demasiado tempo, entrou em vigor em Novembro desse ano, devendo ser cumprido até dois anos depois. No entanto, Fernando Andrade garantiu aos jornalistas que nos sete hospitais distritais, entre os quais os da Guarda e Castelo Branco, e dez de nível 1, caso de Seia, os objectivos já foram atingidos.

«Foi um sucesso, no sentido que resolvemos antes do tempo o problema aos doentes», frisou, explicando que o universo era de 32 mil intervenções, sendo em maior número as operações às cataratas, às varizes e de urologia. O balanço final do PECLEC foi apresentado em Tondela pela responsável do programa na Região Centro, Rosa Reis Marques, que concluiu que, em termos efectivos, o número de doentes inscritos em espera «baixou cem por cento». Segundo aquela responsável, ainda há listas de espera nos hospitais de Oliveira de Azeméis, Lamego, Castelo Branco, Cantanhede, S. João da Madeira e Guarda, que totalizam quatro centenas de doentes. Mas tratar-se-á de «valores residuais», relacionados sobretudo com casos de pessoas que pediram adiamento. A responsável referiu que a nova lista com que os profissionais se devem agora preocupar abrange 10 mil doentes, dos 17 hospitais, «que têm tempo médio de espera de sete meses, o que é próximo do clinicamente aceitável (seis meses)». Dados divulgados durante a apresentação de um programa que levará cada um dos hospitais da sua zona de intervenção a identificar as áreas-chave que permitem melhorar o seu desempenho.

Para concretizar o Programa de Melhoria da Performance dos Hospitais SPA (Sector Público Administrativo), a ARS do Centro vai realizar um conjunto de reuniões de trabalho, sob o lema “Dinamismo, motivação e articulação”, a primeira das quais teve lugar na última terça-feira, em Tondela, com os 10 hospitais de nível 1 (têm 4 valências e urgências médicas) e os sete distritais da Região Centro (habitualmente com 12 valências e urgências médico-cirúrgicas). Aos gestores dos hospitais é pedido que «identifiquem, analisem e adoptem, com as necessárias adaptações, as práticas dos hospitais com mais elevado desempenho, com vista a avaliar o potencial de melhoria do hospital que liderem em cada uma das principais áreas de actuação», refere uma nota oficial. Desta forma, Fernando Andrade, presidente da ARS do Centro, espera que os hospitais da região «venham a ser um exemplo do atendimento de qualidade nos serviços de saúde, em tempo útil». «É fundamental motivar e mobilizar os profissionais de saúde e optimizar recursos para garantir ao cidadão o acesso e a qualidade na saúde», considera. Na sua opinião, esse objectivo só se consegue com uma «rigorosa articulação» entre os hospitais, os profissionais e a tutela. Na reunião de terça-feira foram analisados e divulgados indicadores de cada hospital – como demora média, produção e situação económico-financeira. O encontro serviu ainda para apresentar os resultados de iniciativas piloto desenvolvidas no último meio ano nos hospitais de Tondela (Redução da Demora Média Médica), Lamego (Racionalização dos custos unitários com pessoal) e Castelo Branco (Racionalização de gastos com MCDTs e Redução de custos com medicamentos por doente tratado).

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