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Aroma a castanha assada nas ruas da Guarda

São Martinho

”Quentes e boas” assim são as castanhas de Joaquim Santos, que saltam do assador para a boca. Já não é muito comum encontrar quem de dedique ao ofício de assador pelas ruas da Guarda, mas há quatro anos para cá, desde que se reformou, Joaquim traz de volta à cidade o cheirinho e o estalar da castanha enquanto assa.

Embora só mais recentemente faça do ofício negócio, a técnica há muito que lhe foi ensinada pelo pai, «era eu ainda um “garotelho”», recorda. E ainda em 2000, «numa brincadeira», os conhecimentos que herdou valeram-lhe o segundo lugar num concurso de melhor assador que decorreu na localidade do Sarzedo, na Covilhã. Recorda que na altura foi «com o mesmo carro de assador que ainda hoje uso». Os seus dotes são-lhe reconhecidos também por quem para para comprar castanhas: «Normalmente as pessoas aprovam. Não há ninguém que não goste das minhas castanhas», garante Joaquim Santos. E parece não haver segredos. Num bom asador de castanha «tudo é importante. Não é apenas a técnica, mas também o corte, o fogareiro e até o lume», adianta. Também a qualidade da castanha «faz toda a diferença».

Pelo fogareiro de Joaquim Santos apenas passa castanha longal, «com um sabor diferente» e que vai buscar a Famalicão da Serra (Guarda). Embora se fale da fraca qualidade do fruto este ano, «não tenho tido razão de queixa», sublinha, dizendo que «talvez seja mais miúda, mas é saborosa». Mas o sucesso das castanhas de Joaquim Santos têm um «segredo» que é também «a alma do negócio» e por isso não revela a ninguém, nem aos mais pequenos, que na sexta-feira passada, véspera de São Martinho, foram os seus clientes. Normalmente é junto ao Pingo Doce da Guarda-Gare que trabalha, mas na sexta-feira fez as delícias dos mais pequenos no Abrigo da Sagrada Família. «Foi uma iniciativa diferente de comemorar a data», explicou Susana Pires, diretora pedagógica, e que foi do agrado das crianças. Dos mais pequenos aos mais crescidos, todos pareciam gostar da novidade. Aproveitaram para perceber como Joaquim Santos desempenha a tarefa e os mais curiosos ainda fizeram algumas questões. Ao longo de todo o dia Joaquim Santos não teve mãos a medir, assou cerca de 40 quilos de castanhas para mais de 200 crianças.

Véspera de São Martinho passada junto das crianças do Abrigo da Sagrada Família

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