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Área ardida aumenta para mais de 19 mil hectares na Guarda

Em agosto registaram-se 13 grandes incêndios na região, com destaque para o fogo da Gardunha (5.615 hectares), Fernão Joanes (3.632) e Covilhã (2.918)

Desde o início do ano arderam no distrito da Guarda 19.088 hectares, dos quais 14.407 foram matos e 4.681 povoamentos. Segundo o último relatório provisório do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), divulgado na segunda-feira, até 31 de agosto houve 345 ocorrências, sobretudo fogachos – menos de um hectare – (197) e incêndios florestais (148).

Atualmente, Castelo Branco é o distrito com maior área ardida (37.234 hectares), seguido de Santarém (35.937) e Coimbra (25.593). Estes três distritos somam 46 por cento do total da área ardida este ano em Portugal continental, onde os fogos já devastaram 213.986 hectares de matos e floresta, o que faz de 2017 o terceiro pior ano de incêndios desde 2003 – quando arderam 425 mil hectares. O ICNF assinala que, apesar do número de ocorrências (12.377) equivaler à média da última década para o mesmo período, a área ardida é 234 por cento superior. Ou seja, dos mais de 12 mil incêndios registados até ao final de agosto, cerca de 123 foram responsáveis por 90 por cento da área ardida. O relatório indica também que este foi o segundo pior ano em termos de “índice de severidade diário”, desde 2005 (ano de seca em que arderam cerca de 339 mil hectares). Isto é, sendo um ano de seca meteorológica e hidrológica, tal refletiu-se na secura da vegetação, o que potenciou incêndios de grandes proporções.

Localmente, o número de grandes incêndios (com mais de cem hectares) teve um recrudescimento invulgar durante o mês passado, tendo-se registado 13 ocorrências do género no distrito da Guarda e na zona da Cova da Beira. Em agosto, o fogo mais devastador foi registado no concelho guardense no dia 23 e teve início em Fernão Joanes, consumindo 3.632 hectares de mato, floresta e terrenos agrícola. A segunda ocorrência com maior área queimada aconteceu na zona de São Martinho (Covilhã) quatro dias antes, tendo ardido 2.916 hectares. Unhais da Serra, com 905 hectares ardidos a 7 de agosto, foi a terceira situação mais grave, enquanto o fogo que devastou a Serra da Gardunha começou no dia 13 em Louriçal do Campo (Castelo Branco) e queimou 5.615 hectares.

Neste relatório destaque também para uma estranha curiosidade. É que a zona de Almendra foi pasto das chamas em quatro ocasiões diferentes neste período, tendo ardido um total de 1.593 hectares nos dias 17, 20, 21 e 26 de agosto. Neste último dia o fogo consumiu 900 hectares. Fornotelheiro, em Celorico da Beira no dia 26 (782 hectares), Bogalhal, em Pinhel no dia anterior (863), e Lajeosa do Mondego, em Celorico da Beira no dia 23 (797), foram outros dos casos mais relevantes apurados na região pelo ICNF. Recorde-se que até ao final de julho tinham ardido no distrito da Guarda 10.133 hectares de mato e floresta.

Luis Martins Até ao final de julho tinham ardido no distrito da Guarda 10.133 hectares de mato e floresta

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