A Autoridade da Concorrência (AdC) já deu luz verde à criação do segundo maior grupo de transporte público privado a operar em Portugal. Nove meses depois de anunciada, foi finalmente aprovada, na semana passada, a joint-venture entre a Joalto e os franceses da Transdev.
Segundo revelou o “Diário de Notícias” da última terça-feira, o novo grupo terá, no entanto, que alienar concessões em sete percursos interurbanos na Beira Litoral e Minho. Isto é, as linhas regulares de transporte rodoviário de passageiros Arco de Baulhe/Cabeceiras de Bastos, Anadia, Mogofores, Aveiro/Ílhavo, Coimbra/Penela, Coimbra/Condeixa-a-Nova e Vila Seca/Coimbra. Segundo o “DN”, trata-se de um «compromisso assumido pelas duas empresas» para resolverem os problemas de concorrência resultantes da sua associação que foram identificados pelo regulador. «Esta proposta foi considerada suficiente e adequada para superar a posição dominante detectada naquelas linhas pela Autoridade da Concorrência», acrescenta o jornal. Ainda segundo a decisão da AdC, a Transdev e a Joalto não poderão proceder à recomenda destas concessões no prazo de cinco anos após a sua transmissão para terceiros.
O negócio vai dar origem a uma empresa comum, a JV Sociedade, que será detida pela Transdev Participações e por 11 accionistas individuais que detêm, de forma directa e indirecta, o capital da Joalto. José Luís de Almeida vai presidir ao Conselho de Administração, que terá três administradores de cada empresa, cabendo ainda funções executivas a Dominique Gauthier (da Transdev) e ao gestor da Joalto. Para além da operação do Metro do Porto, a Transdev controla a Rodoviária da Beira Litoral, a Rodoviária Entre Douro e Minho, a Caima Transportes, entre outros, com um total de 588 veículos. O Grupo Joalto é composto por 16 empresas de transporte rodoviário de passageiros, activas nas Beiras e conta com uma frota de 782 veículos. Com cerca de 14 por cento do mercado em número de veículos, segundo dados de 2007, o novo grupo só é suplantado pela Barraqueiro. De acordo com os promotores, a empresa terá um volume de negócios de 95 milhões de euros, que deverá crescer 15 a 20 por cento até 2010.
No total, a nova “holding” – com quatro regiões operacionais (Minho, Porto, Beiras Litoral e Interior) – vai ter 1.710 colaboradores, não estando prevista a redução de pessoal, garantem. «Estas sinergias permitirão rentabilizar o património, melhorar a oferta e serviço ao cliente e, até 2010, expandir a actividade entre 15 a 20 por cento», referiu José Luís de Almeida, em Dezembro, após o anúncio desta “joint-venture”. Nesse sentido, as informações e venda de bilhetes passarão a funcionar em rede, integrando os horários das duas empresas.